O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fez história nesta quinta-feira (15), alcançando sua nova máxima do ano com 134.460,30 pontos por volta das 13h. Este marco supera o recorde anterior de 2 de janeiro de 2024, que registrava 134.195 pontos, e atinge sua máxima histórica, atingida em 28 de dezembro de 2023.
No último pregão de 2023, o Ibovespa alcançou 134.392 pontos, mas o volume negociado era baixo devido ao período de fim de ano, o que limitou o fechamento em 134.185 pontos, representando uma leve queda de 0,01%. O recorde de fechamento absoluto ainda pertence ao dia anterior, 27 de dezembro de 2023, quando o índice fechou com 134.194 pontos, uma alta de 0,49% em relação ao dia anterior.

Segundo Tomas Awad, sócio-fundador da 3R Investimentos, essa elevação é impulsionada por uma série de fatores, que incluem o movimento dos juros nos Estados Unidos, menor instabilidade política interna e a postura conservadora do possível futuro presidente do Banco Central do Brasil.
Awad destaca a importância dos juros nos Estados Unidos para o mercado brasileiro. “O juro americano é um termômetro para a bolsa no Brasil. O Treasury de 10 anos, que chegou a 460 pontos, agora voltou para 380, o que aumenta o apetite por risco, especialmente dos investidores estrangeiros”, comenta.
Em suma, o movimento de hoje no Ibovespa reflete o otimismo do mercado, impulsionado por fatores econômicos e expectativas positivas para o futuro próximo. Com essa nova máxima, o índice reafirma sua força e resiliência, despertando grande atenção dos investidores que acompanham de perto cada oscilação.
Este desempenho é um sinal claro de confiança no mercado brasileiro, mesmo diante de um cenário global desafiador. Com a economia brasileira mostrando sinais de recuperação e o mercado financeiro reagindo positivamente, a expectativa é de que o Ibovespa possa continuar sua trajetória ascendente e, possivelmente, estabelecer novos recordes em breve.
Estabilidade política brasileira
Outro ponto levantado por Awad é a relativa estabilidade política recente no Brasil. “Tivemos muito pouco ruído político, o que trouxe mais segurança para o mercado”, afirma. Além disso, a perspectiva de um novo presidente no Banco Central, com uma postura considerada “hawkish” (conservadora) em relação ao controle da inflação, também tem sido bem recebida pelos investidores.
Ajustes no Mercado de Ações Brasileiro
Embora a bolsa brasileira esteja em alta, Awad adverte que ainda existem desafios pela frente, especialmente com a expectativa de juros mais altos por um período prolongado. “A bolsa precifica que o Banco Central não vai subir os juros agora, mas vai esperar a inflação voltar para o centro da meta”, diz ele. Isso cria um ambiente desafiador para as empresas, que têm ajustado suas operações nos últimos meses para enfrentar um cenário econômico mais difícil.
Awad também menciona que, apesar de alguns ativos ainda estarem baratos, o mercado não oferece grandes oportunidades em todos os setores. “Há posições que ajustaram um pouco, mas ainda estão em preços decentes. No entanto, não vejo que tudo esteja barato. Juros mais altos por mais tempo machucam as empresas e a atividade real”, completa.
Cenário Econômico e Expectativas Futuras
A conclusão de Awad é que o mercado brasileiro está em um momento positivo, mas com desafios à frente. Ele observa que, apesar do crescimento resiliente em termos de emprego e inflação, as empresas brasileiras não estão demonstrando um crescimento expressivo em receita. “O Brasil ainda está num cenário de mudança, sem uma transformação estrutural significativa”, conclui.