O setor de serviços surpreendeu e teve crescimento de 1,7% em junho. Nos meses de abril e maio teve crescimento de 0,4% seguido por queda, também, de 0,4%. O resultado de junho ajudou para um crescimento relevante, sendo o maior crescimento do setor deste ano. A atividade do setor agora está 14,3% acima do nível de fevereiro de 2020, antes da pandemia, e chegou ao nível mais alto da série histórica iniciada em 2011, ficando 0,5% acima do antigo patamar recorde, de dezembro de 2022.
Com esse resultado de junho, a tendência de queda no ritmo de crescimento foi alterada. No acumulado de 2024, a alta está em 1,6% e, em relação a junho de 2023, o setor cresceu 1,3%. No acumulado de 12 meses, o crescimento está em 1,0%. Um desempenho mais fraco puxado por um segundo semestre de 2023 bastante desanimador.

O crescimento de 1,7% no mês de junho em relação a maio vem como resultado do crescimento das cinco atividades que são pesquisadas pelo IBGE. O setor de transportes teve crescimento de 1,8%, informação e comunicação, de 2% e outros serviços, que é um setor bem abrangente, de 1,6%. Já o setor serviços prestados às famílias teve um crescimento de 0,3% e os serviços profissionais, administrativos e complementares, de 1,3%.
O setor de serviços é muito importante na economia brasileira e em boa parte dos estados, como o de Pernambuco. Ele representa mais de 70% do PIB brasileiro e, em Pernambuco, mais de 75%. Este é o setor que vem trazendo um crescimento mais forte da economia brasileira da pandemia para cá.
Crescimento mais forte, inclusive, que o crescimento do agro e de uma indústria que tem andado de lado. O agronegócio tem um crescimento forte, porém representa muito pouco do PIB brasileiro comparado ao setor de serviços, que tem uma grande representatividade.
O setor vem sendo muito impulsionado por conta de uma maior informalidade da economia brasileira bem como das mudanças tecnológicas que ocorreram depois da pandemia. Com o avanço de muitas formas de interagir com pessoas e de novos negócios que utilizam a uberização, por exemplo, das prestações de serviços.
Essas mudanças têm ajudado o setor a crescer puxando a economia junto. O desempenho do setor de serviços no mês de junho vai ser fundamental para ter uma noção de como o PIB se comportou no segundo trimestre desse ano, possivelmente agora tendo crescimento por conta do seu desempenho.
*Coluna escrita por Ecio Costa (@eciocosta no twitter), economista pela UFPE, com Mestrado, Ph.D. e Pós-Doutorado em Economia pela University of Georgia. Atualmente é Professor Titular de Economia da UFPE e Professor Convidado da Fundação Dom Cabral. Sócio-fundador da CEDES Consultoria e Planejamento. Economista-Chefe do LIDE Pernambuco, palestrante e conselheiro de empresas.
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