Um teste realizado pelo Detran-GO (Departamento Estadual de Trânsito de Goiás) gerou controvérsia ao detectar álcool em algumas marcas de pão de forma. A surpresa veio após um estudo da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) sugerir que o consumo de duas fatias de pão poderia resultar em um teste positivo de bafômetro.
A presença de álcool em pães é atribuída ao processo de fermentação, que é natural na fabricação desses alimentos. A Proteste destacou que marcas como Visconti, Bauducco, Wickbold e Panco apresentaram níveis de álcool superiores ao esperado. Em resposta, o Detran-GO publicou um vídeo mostrando que o bafômetro acusou 0,12 mg de álcool por litro de ar expelido após o consumo de pão da marca Visconti, excedendo o limite de 0,05 mg/L para conduzir.

Imagem: Pixabay.
O vídeo gerou críticas por ser produzido por uma influenciadora, em vez de um especialista, e por alegações de falta de metodologia científica. O Detran-GO esclareceu que o álcool do pão não é absorvido pelos pulmões e que a detecção no bafômetro desaparece após alguns minutos.
Além disso, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) questionou a validade do estudo da Proteste, apontando falhas e inconsistências. A Pandurata Alimentos, responsável pelos pães Bauducco e Visconti, defendeu que segue padrões rigorosos de segurança alimentar, enquanto a Bimbo, fabricante do pão Pullman, não comentou sobre a questão.
A polêmica gerada pelo teste tem atraído a atenção de consumidores e especialistas, que discutem a necessidade de regulamentações mais claras sobre a quantidade de álcool permitida em alimentos fermentados. A Anvisa já indicou que pode revisar suas diretrizes sobre o teor alcoólico nos produtos de panificação para garantir maior transparência e segurança para os consumidores.
Enquanto isso, as marcas envolvidas devem acompanhar de perto a evolução da discussão e as possíveis implicações regulatórias para ajustar seus processos de produção conforme necessário. A questão destaca a complexidade dos processos de fermentação e a importância de avaliações rigorosas para evitar informações enganosas sobre produtos alimentícios.