As pequenas cervejarias do Brasil estão enfrentando um momento decisivo com a possibilidade de mudanças na tributação específica do setor. A reforma tributária em discussão pode incluir um ajuste no Imposto Seletivo, popularmente conhecido como imposto sobre o pecado. Essa mudança tem o potencial de afetar de maneira diferenciada as micro e pequenas empresas cervejeiras, possivelmente beneficiando-as com uma menor carga tributária.
A indústria cervejeira, representada por entidades como o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindcerv), tem defendido com veemência a isenção desse imposto para negócios enquadrados no Simples Nacional. Isso se deve ao fato de que grande parte das cervejarias artesanais do Brasil, que corresponde a cerca de 83%, se beneficia deste regime tributário, projetado para facilitar a vida de micro e pequenas empresas.

O que significa a isenção de impostos para as microcervejarias?
A proposta de isenção do Imposto Seletivo surgiu inicialmente pela Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) e ganhou o apoio de outras grandes associações do setor. Essa medida visa proteger os pequenos negócios cervejeiros, que se caracterizam por uma produção limitada e muitas vezes local. Com menos tributações pesadas, estas empresas podem investir mais em qualidade, diversidade de produtos e expansão de mercado.
Como a tributação poderia variar com o Teor Alcoólico?
Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, discutiu-se sobre a aplicação progressiva do imposto baseado no teor alcoólico das bebidas. Aqui estão os pontos principais:
- Imposto Progressivo:
- Bebidas com Maior Teor Alcoólico: Deveriam ter um imposto proporcionalmente maior.
- Argumento Central: Bebidas mais fortes devem ser mais taxadas para desencorajar o consumo excessivo.
- Posição do Setor de Destilados:
- Oposição: O setor de destilados é contra essa medida, argumentando possíveis impactos negativos.
- Impacto nos Padrões de Consumo:
- Incentivo à Produção de Bebidas com Menor Graduação Alcoólica: A tributação progressiva poderia incentivar a produção e o consumo de bebidas com menor teor alcoólico, alterando os padrões de consumo.
Desafios tributários de impostos enfrentados pelas cervejarias por causas
Conforme apontado por Márcio Maciel, presidente-executivo do Sindcerv, as cervejarias no Brasil lidam com uma complexidade tributária intensa, enfrentando diferentes legislações de ICMS e uma carga tributária significativa que supera os R$ 50 bilhões anuais. A reforma tributária, portanto, representa uma oportunidade crucial para simplificar e potencialmente diminuir esses encargos, favorecendo especialmente os pequenos produtores.
Enquanto as negociações continuam, o mercado cervejeiro nacional se mantém atento às possíveis mudanças. A esperança é que a reforma possa favorecer um ambiente mais equitativo e fomente a criatividade e o crescimento das cervejarias artesanais, que são uma expressão importante da diversidade cultural e empresarial do país.