
Atualizado ás 12h26
O Ibovespa opera em alta de 0,93%, aos 112.011 pontos nesta sexta-feira (01). O primeiro pregão do mês não segue o mau humor das bolsas externas e consegue subir.
Segue os principais destaques da bolsa, os papéis da petroleira operam mistos: ON (PETR3) -0,21% (R$ 28,09), mas PN (PETR4) sobe 0,15% (R$ 27,27), com petróleo em queda antes da Opep e a informação de que a China ordenou que as empresas de energia garantam suprimentos “a todo custo”. Já Pretório (PRIO3) sobe 3% (R$ 25,77). A companhia está no páreo da disputa pela compra dos campos de Albacora e Albacora Leste, na Bacia de Campos (RJ).
A venda das instalações faz parte do plano de desinvestimento da Petrobras, que está analisando as propostas. Vale (VALE3) tem alta de 1,06% (R$ 77,05), apesar do recuo de 2,89% no preço do minério de ferro em Qingdao. As siderúrgicas, que abriram em queda, agora também sobem: Gerdau (GGBR4) +1,11% (R$ 27,40); Metalúrgica Gerdau (GOAU4) +1,37% (R$ 12,59); CSN (CSNA3) +0,94% (R$ 29); Usiminas (USIM5) +0,68% (R$ 16,23).
Na quinta-feira (30), o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, após operar em alta boa parte do dia, fechou em leve queda de 0,11%, cotado a 110.979,10 pontos.
O dólar fechou em leve alta de 0,29%, cotado a R$ 5,446.
Cenário interno:
O quadro no Brasil é delicado. O país vive em meio às crises fiscal, política e hídrica, que ajudam a deteriorar ainda mais a confiança do mercado. Outra grande incerteza que assombra os investidores é a PEC dos precatórios para custear o novo Bolsa Família, que não tem um grande avanço. Nesta semana especificamente, o mercado também ficou mais preocupado com a chance do auxílio emergencial ser estendido e agravar ainda mais o buraco nas contas do governo.
Cenário externo:
Após um mês de setembro bem difícil, o mês de outubro começa com as bolsas globais em queda. O S&P 500, um dos principais índices de ações dos Estados Unidos, registrou o pior mês desde março do ano passado, quando a Covid-19 ainda influenciava muito o mercado. Hoje, alguns indicadores de atividade econômica e inflação na Europa e nos Estados Unidos devem ser monitorados pelos mercados. Os investidores ainda estão tentando avaliar se esses problemas são temporárias e parte da recuperação econômica ou se podem durar mais do que o esperado.
O mercado acionário do Japão caiu com força nesta sexta-feira para mínimas em um mês devido aos temores de que várias falhas nas cadeias de oferta em todo o mundo possam manter a inflação elevada por um período muito mais longo. O índice Nikkei caiu 2,31%, a 28.771,07 pontos, enquanto o Topix recuou 2,16%, a 1.986,31 pontos, ambos marcando a maior queda em três meses e alcançando os níveis mais baixos desde o início de setembro.
Vale lembrar que as bolsas chinesas não operaram.
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Dólar:
O dólar começou o último trimestre do ano em queda ante o real, capturando o ajuste de baixa da moeda norte-americana no exterior, mas aqui a cotação devolvia apenas parcialmente os ganhos recentes e mantinha-se acima dos 5,40 reais, evidência do prêmio de risco maior cobrado pelo investidor diante do combo de riscos.
O dólar acumulou alta de 3,11% nas últimas sete sessões, mais longa série de ganhos desde os oito pregões de aumento entre o fim de junho e início de julho. O preço do ativo repercutiu a combinação de deterioração do sentimento externo, com riscos em torno da China e das políticas monetária e fiscal dos EUA, e persistente temor de aventuras com as contas públicas no Brasil num momento de inflação resistentemente forte e em ascensão.
Estudo do Barclays mostra que o real é uma das moedas mais vulneráveis a altas nos juros reais nos EUA e a uma liquidação nos mercados acionários.
Mas nesta sexta Wall Street indicava alguma estabilização, após mais um dia negativo na véspera. O índice do dólar contra uma cesta de moedas cedia 0,26%, depois de cravar máximas em um ano.
No plano doméstico, o mercado seguia atento a notícias sobre termos para uma possível extensão do auxílio emergencial –o que na véspera azedou o humor dos investidores– e debates acerca de medidas para tratar do aumento dos preços dos combustíveis.
Em uma rede social, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou ter se reunido com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro nesta manhã para discutir ambos os temas e que “conversas e tratativas” seguirão pelo fim de semana.
À frente, estrategistas do Citi veem algum espaço para trégua no câmbio.
“As ofertas adicionais (de swaps cambiais) pelo BCB para conter os impactos do desmonte do ‘overhedge’ são positivas. No geral, acreditamos que o real deve ser negociado em linha com seus pares no curto prazo”, afirmaram em relatório nesta sexta-feira.
Às 9h37 desta sexta, o dólar à vista cedia 0,41%, a 5,4274 reais. Na véspera, havia subido 0,36%, a 5,4496, patamar mais alto em cinco meses. A moeda só não fechou em valorização mais forte porque o Banco Central interveio ao vender meio bilhão de dólares em contratos de swap cambial tradicional, na primeira operação do tipo anunciada no decorrer da sessão desde julho.
O real terminou o terceiro trimestre com o segundo pior desempenho numa lista de pares emergentes, à frente apenas do peso chileno.
Com Reuters e BDM