Na última terça-feira (14), o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que ele está fora da empresa. Logo em seguida, foi anunciado que Magda Chambriard assumirá o cargo, substituindo o ex-CEO da Petrobras. Chambriard traz consigo uma vasta experiência, tendo sido diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff.
O presidente Lula justificou a demissão do ex-CEO pela falta de cumprimento das promessas feitas para o Brasil, afirmando que uma mudança de liderança ajudará a estatal a se recuperar. Por fim, segundo a colunista Maria Cristina Fernandes, do Valor, Lula quer presidente com visão mais ‘nacionalista’ na Petrobras.
A notícia não agradou o mercado e os investidores da petroleira. As ações PETR3 e PETR4 são destaque de queda do Ibovespa nesta quarta (15), despencando mais de 6%. Segundo análise de Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, a troca de comando na Petrobras sinaliza instabilidade para investidores.

“A substituição de Jean Paul Prates por Magda Chambriard, apesar de pacífica, aumenta a incerteza sobre o futuro da empresa. As políticas de Chambriard, sobretudo a de preços, são cruciais para a percepção de risco dos investidores. A mudança abrupta e motivada por pressões políticas pode impactar a confiança na governança. Como uma empresa importante do Brasil e para o Ibovespa, alterações na percepção de risco da Petrobras podem impactar o mercado. Investidores devem agir com cautela e monitorar a nova administração”, explicou o especialista.
Além de Murad, Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos também deu a sua opinião a BM&c News e destacou que a Petroras perdeu ‘um ótimo presidente’.
“Quando Prates foi nomeado, repercutiu bem negativamente também na época. Acharam que ele seria um presidente nomeado pelo governo e ia ter muita intervenção política na Petrobras. Mas Prates conseguiu fazer, entre trancos e barrancos, uma minha opinião, uma ótima presidência, trouxe aí um dos melhores resultados da história da Petrobras. Tudo bem que não é só isso, o petróleo também ajudou, mas na minha opinião fez uma boa gestão e a intervenção do governo foi muito menor do que a gente imaginava, principalmente no episódio dos dividendos extraordinários, em que tivemos a decisão de pagamento de 50% dos dividendos extraordinários”, disse Cohen.