
Depois de uma semana difícil com muita queda, o mercado de ações vai se recuperando aos poucos. Após uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro pediu desculpas e disse que nunca teve nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. Com isso, no final da tarde, a bolsa subiu e fechou em alta de 1,72%, cotado a 115.360,86 pontos.
Hoje (10), o mercado continua aliviado hoje, abrindo em alta, trazendo certa esperança de recuperação.
Às 11h19, o Ibovespa sobe 0,54%, aos 115.983 pontos.
Às 10h30, as vendas do varejo brasileiro vieram acima do consenso, o que estimula a procura por ações do setor. Americanas SA (AMER3) sobe 1,54% (R$ 41,48); Lojas Americanas (LAME4) +1,90% (R$ 5,91); Lojas Renner (LREN3) +2,79% (R$ 36,81) e Magazine Luiza (MGLU3) +0,85% (R$ 19,01).
O exterior também ajuda, assim como o petróleo, subindo firme após a conversa entre Biden e Xi Jiping ontem, que abre o apetite por ativos de risco. Com isso, Petrobras também opera em terreno positivo: ON (PETR3) +1,76% (R$ 26,55) e PN (PETR4) +1,06% (R$ 25,77).
Apesar do recuo de 0,42% do minério de ferro na China, Vale (VALE3) sobe 0,82% (R$ 95,48); CSN (CSNA3) tem alta de 2,02% (R$ 34,89) e Usiminas (USIM5) +3,32% (R$ 16,19).
Política:
A carta de desculpas do presidente amenizou a situação de momento na bolsa, dando tempo para ela se recuperar, porém, o país ainda vive grande tensão política devido as manifestações do dia da independência, e também a dos caminhoneiros, que perdeu força, mas ainda continua acontecendo em alguns estados brasileiros.
Veja mais:
- Bolsonaro: ‘Nunca tive intenção de agredir quaisquer dos Poderes’
- Lira: Decisões judiciais precisam ser cumpridas, mas não as inconstitucionais
Dólar:
O dólar dava sequência nesta sexta-feira às perdas registradas na véspera na esteira de posicionamento mais conciliador do presidente Jair Bolsonaro, enquanto os mercados globais pesavam sinais de alívio nas tensões entre Estados Unidos e China contra salto na inflação ao produtor norte-americano.
Às 10:19, o dólar recuava 0,27%, a 5,2135 reais na venda.
Embora continuasse em queda, o dólar estava longe da mínima do dia, de 5,1686 reais (-1,13%), alcançada nos primeiros minutos de negociação.
O dólar futuro de maior liquidez subia 0,18%, a 5,2385 reais.
Na quinta-feira, o dólar à vista já havia caído 1,80%, a 5,2277 reais, maior queda percentual diária desde 24 de agosto passado (-2,25%). Na ocasião, a divulgação de nota oficial de Bolsonaro pouco antes do fechamento do mercado disparou ordens de vendas de dólar, com vários analistas enxergando tentativa do presidente de baixar a temperatura política.
No documento, redigido com ajuda do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro afirmou que nunca teve a intenção de agredir quaisquer dos Poderes, amenizando o tom depois de atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso durante manifestações do feriado de 7 de Setembro.
“Houve diminuição do ruído político, que estava bem extremado desde as manifestações de 7 de setembro e as respostas dos Poderes” ao posicionamento mais duro de Bolsonaro, explicou Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos.
“Não seria difícil imaginar escalada das tensões” não fosse a suavização do discurso do presidente, disse ele.
Apesar do respiro na frente política, Morelli ressaltou que a “volatilidade veio para ficar”, com expectativa de que o dólar experimente oscilações fortes para cima e para baixo à medida que as eleições de 2022 se aproximam, ainda que o forte ciclo de elevação de juros pelo Banco Central tenda a ser suporte para o real.
Enquanto isso, no exterior, os investidores reagiam à notícia de que os preços ao produtor nos Estados Unidos aumentaram com força em agosto, indicando que a inflação elevada deve continuar por um tempo.
À medida que os analistas aguardam sinais do Federal Reserve sobre quando exatamente o banco central reduzirá suas compras emergenciais de títulos, sinais de pressões persistentes nos preços podem antecipar apostas de corte de estímulo, que, por sua vez, tenderia a impulsionar o dólar. O índice da moeda norte-americana reduziu sua queda contra uma cesta de pares fortes depois dos dados de inflação ao produtor.
Rand sul-africano, lira turca e peso mexicano, rivais importantes do real, subiam entre 0,2% e 0,5% nesta manhã.
No radar dos investidores internacionais também estava a notícia de que os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, conversaram por telefone durante 90 minutos na quinta-feira, seu primeiro diálogo em sete meses, debatendo a necessidade de fazer com que a competição entre as duas maiores economias do mundo não termine em um conflito.
Com Reuters e BDM