Pague Menos se torna a segunda maior do setor, ficando atrás apenas de Raia Drogasil

Na última terça-feira (18) a Pague Menos anunciou a compra da Extrafarma, que pertence ao conglomerado Ultrapar, pelo valor de R$ 600 milhões e assumiu também todas as dívidas e o caixa da empresa, chegando ao total de R$ 700 milhões. O anúncio aconteceu após o fechamento do mercado na terça-feira.
Em entrevista à BMC News, a sócia e analista da GTI , Paola Mello, comentou sobre a negociação. Segundo ela, “foi uma belíssima transação (para Pague Menos)” e que conseguirá acelerar bastante o crescimento da empresa. Ela também disse que o preço foi muito atrativo. “A gente está falando de múltiplos (EV/EBITIDA) entre 3% e 5% pós sinergias, isso se compara com algo em torno de 12x para Pague Menos, então é bastante barato” completou.
Com a mudança, o Grupo Ultra irá concentrar os investimentos e estratégias no setor de óleo e gás, e deixará o setor de varejo farmacêutico.
O contrato ainda pode sofrer ajustes de acordo com a variação de capital de giro e da dívida líquida da Extrafarma na data que foi fechado o negócio.
Com a aquisição da Extrafarma, a Pague Menos irá acelerar seu plano de expansão, e segundo a Reuters, a compra da Extrafarma elevaria em mais de 1/3 o número de lojas da Pague Menos, para 1.503 unidades. A marca se tornaria mais presente principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A Extrafarma possui 402 lojas atualmente.
De certa forma, o negócio foi bom para ambas empresas, tendo em vista que o Grupo Ultra poderá voltar a atenção para suas principais atividades e a rede Pague Menos se tornou a segunda maior do país, ficando atrás apenas da Raia Drogasil.
Paola também analisou a negociação entre as empresas, segundo ela, o varejo farmacêutico é um “business de margem apertada” e que precisa ter um giro alto. “Além da Extrafarma a gente teve, no passado, o exemplo da Brasil Pharma, que a empresa consolidada deu completamente errado”.
O pagamento da transação da Pague Menos será em três parcelas: 50% na data de fechamento e 25% em cada aniversário de um e dois anos do fechamento, com fiança prestada por acionista como garantia para as duas últimas parcelas.
A confirmação do negócio ainda depende das autoridades concorrenciais brasileiras (Cade) e pela assembleia de acionistas da Pague Menos.
Será concedido, ainda, direito de preferência aos acionistas da Ultrapar que desejarem adquirir ações da Extrafarma, na proporção das respectivas participações no capital social da Ultrapar e pelo mesmo preço por ação a ser pago pela Pague Menos.
A expectativa é de que o negócio crie sinergias entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões nos próximos três anos para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Pague Menos, principalmente pelo potencial aumento de vendas da Extrafarma.