O Ministério da Educação (MEC) anunciou que cursos de medicina com desempenho insatisfatório poderão sofrer penalidades a partir de 2025. A medida será baseada no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), aplicado pela primeira vez em outubro deste ano. Faculdades que não atingirem a nota mínima terão restrições e, em casos extremos, poderão ser fechadas.
- Faculdades de medicina terão supervisão mais rígida
- Notas baixas no Enamed podem reduzir vagas e financiamentos
- Visitas presenciais sem aviso começam em 2026
Como funcionará a avaliação dos cursos de medicina?
O Enamed será a principal ferramenta de avaliação dos cursos. Inspirado no Enade, ele medirá a qualidade da formação médica no país. Mais de 96 mil estudantes já estão inscritos para a primeira aplicação em 19 de outubro.
Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, cursos que não atingirem desempenho satisfatório poderão ter a oferta de vagas reduzida e, em situações críticas, suspender novas matrículas.
Leia também: UNEAL abre 2.600 vagas em graduação sem vestibular para servidores

Quais penalidades o MEC poderá aplicar?
As instituições que ficarem abaixo da nota mínima terão 30 dias para apresentar defesa. Se não comprovarem melhorias, estarão sujeitas a sanções progressivas:
- Impedimento de abrir novas vagas
- Suspensão de contratos do Fies e do Prouni
- Redução de vagas em vestibulares
- Fechamento do curso em caso de reincidência
Dica rápida: O desempenho no Enamed do ano seguinte será o principal critério para revisar ou manter as penalidades aplicadas.
Expansão desordenada preocupa autoridades
De acordo com o governo, houve uma expansão acelerada do setor privado nos últimos 10 anos. O número de vagas em faculdades particulares saltou de 7.424 em 2012 para 46.152 em 2023. Já nas universidades públicas, a oferta passou de 10.217 para 14.403.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, muitas dessas vagas foram criadas por meio de decisões judiciais sem garantia de qualidade em infraestrutura e corpo docente. No Enade de 2023, apenas seis dos 305 cursos avaliados atingiram a nota máxima.
Visitas presenciais começam em 2026
O MEC também anunciou que, a partir de 2026, realizará visitas surpresa em todos os cursos de medicina do país. As fiscalizações presenciais vão verificar a estrutura e a qualidade do ensino oferecido, sem aviso às instituições.
Cursos com indicadores abaixo do padrão mínimo poderão entrar em processos de supervisão imediata.
Leia também: UNIFESP oferece especialização gratuita em Educação Básica
O que muda para estudantes e faculdades?
Com a aplicação das novas regras, estudantes terão mais transparência sobre a qualidade dos cursos escolhidos. Já as faculdades precisarão investir em melhorias estruturais e acadêmicas para evitar restrições.
Atenção: cursos que não demonstrarem avanços poderão perder acesso a programas de financiamento estudantil e, em casos graves, ser desativados.
MEC endurece critérios e redefine o futuro da formação médica
As mudanças anunciadas reforçam a busca por qualidade no ensino médico e marcam uma nova fase na regulação do setor. O objetivo é reduzir a expansão desordenada e garantir que os profissionais formados estejam preparados para atender a população.
- O Enamed será o principal filtro de qualidade para os cursos
- Instituições com notas baixas enfrentarão restrições imediatas
- Visitas presenciais e fiscalização contínua darão mais rigor ao processo