O governo federal recentemente introduziu uma política significativa para fomentar o mercado de carros elétricos e híbridos no Brasil. Essa iniciativa, que isenta o imposto de importação para veículos completamente desmontados (CKD) e semidesmontados (SKD), busca estimular o desenvolvimento e a entrada de novas tecnologias automotivas no país. Com um teto global estabelecido em 463 milhões de dólares, essa medida é válida por um período de seis meses, conforme regulamenta a Portaria Secex nº 420/2025, destacando-se no setor automotivo nacional.
Um total de 16 montadoras, incluindo grandes nomes como Audi, BMW, e Toyota, foi reconhecido para se beneficiar desta isenção. Notavelmente, esta lista não limita os valores individualmente para cada empresa, mas sim estabelece um teto compartilhado, seguindo preceitos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A estratégia vislumbra o crescimento do setor e a aceleração da entrada de veículos mais sustentáveis no mercado brasileiro, enfrentando desafios logísticos e produtivos.
Quais são as empresas participantes e suas estratégias?
Das montadoras citadas, nove já têm operações industriais no Brasil ou estão em vias de iniciar suas operações: Audi, BMW, BYD, Caoa Chery, GWM, Honda, Hyundai, Renault e Toyota. Dentre estas, algumas estão explorando novas oportunidades, como Honda, Hyundai, Renault e Toyota, que podem aproveitar a isenção para trazer modelos eletrificados, expandindo suas ofertas no Brasil sem a necessidade de instalação imediata de linhas de montagem.
Por outro lado, marcas como Kia, Volvo, Porsche e Mercedes-Benz, que tradicionalmente focam suas operações na importação de veículos prontos, podem enfrentar desafios ao buscar utilizar esta cota. Enquanto isso, outras empresas como Omoda-Jaecoo e GAC, ainda sem fábricas locais operantes, podem encontrar dificuldade em montar uma estrutura adequada dentro do tempo estipulado.
Como funcionam os formatos CKD e SKD?
O sistema CKD (Completely Knocked Down) consiste na importação de veículos completamente desmontados, enviados em peças para montagem integral no Brasil. Este método requer infraestrutura e mão de obra especializada para a montagem final. Já o sistema SKD (Semi Knocked Down) envolve a chegada de veículos parcialmente montados, demandando menos etapas de montagem local, agilizando o processo e potencialmente reduzindo custos operacionais.
Qual o impacto desta política no mercado automotivo?

Esta política surgiu em resposta a demandas das próprias montadoras, como a BYD, que solicitava prazos de isenção mais longos e sem limites de valor. No entanto, a decisão do governo de limitar a cota a seis meses e 463 milhões de dólares, ainda assim, proporciona um incentivo significativo, mas também exige planejamento estratégico das montadoras para maximizar os benefícios.
Por fim, considerando um custo médio de importação cifrado em aproximadamente metade do valor de mercado de um veículo (estipulado em torno de R$ 200 mil), a cota seria suficiente para trazer cerca de 30 mil veículos no período. Este incentivo pode fortalecer a presença de veículos eletrificados no Brasil, um passo importante para alinhar o país com as tendências globais de sustentabilidade no setor automotivo.