O mercado automotivo brasileiro já viu muitos modelos de carros passarem rapidamente pelas concessionárias, deixando suas marcas apenas na memória de quem teve a oportunidade de conhecê-los. Um exemplo marcante é o Ford Mustang, que completou 60 anos em 2024, mantendo sua relevância ao longo do tempo. No entanto, há aqueles modelos que, por uma série de razões, não conseguiram manter-se no mercado por muito tempo.
Por que alguns carros desaparecem rapidamente do mercado?
O ciclo de vida de um automóvel no mercado pode ser influenciado por diversos fatores. Alguns modelos sofrem com a falta de atratividade em termos de preço ou características, enquanto outros enfrentam a competição acirrada em termos de inovação e tecnologia. Estratégias comerciais falhas e mudanças na economia também impactam diretamente na longevidade dos veículos. Estes fatores podem ditar se um carro será um sucesso ou apenas mais um na história da indústria.
CAOA Chery Tiggo 3X: o que deu errado?
Lançado em 2021, o Tiggo 3X da CAOA Chery foi revelado como um SUV subcompacto com visual atraente e tecnologia moderna, incluindo um motor 1.0 turbo flex. Inicialmente, o modelo parecia promissor, concorrendo com veículos como o Renault Kardian e o Fiat Pulse. No entanto, a produção do Tiggo 3X foi interrompida em 2022, devido à reestruturação da fábrica, que planejava se modernizar para focar em carros eletrificados, plano este que não se concretizou. Sem o suporte necessário, o Tiggo 3X não conseguiu sustentar suas vendas no mercado brasileiro.
Carros elétricos da Seres: uma aposta sem sucesso?
A Seres tentou emplacar no mercado brasileiro com dois modelos elétricos, o Seres 3 e o Seres 5. Lançados em 2023, esses SUVs prometiam desafiar marcas já estabelecidas, como BYD e Peugeot, mas enfrentaram dificuldades devido ao alto custo e a estrutura de vendas limitada, que priorizava as transações online. Mesmo com características atraentes, como o motor de 585 cv do Seres 5, os preços elevados e a estratégia de distribuição falha contribuíram para a retirada rápida dos modelos do mercado.
Kia Rio: um bom carro em um mercado desfavorável?

A despeito de suas boas credenciais, como o motor 1.6 aspirado e um design moderno, o Kia Rio não conseguiu se firmar no Brasil. Oscilando com o câmbio internacional, seu preço acabou sendo um dos principais fatores para sua descontinuação. O custo elevado comparado aos concorrentes, somado a uma oferta restrita de unidades, fez com que o Rio fosse retirado do mercado em menos de dois anos.
Jeep Compass 2.0 flex 4×4: uma experiência limitada?
O Compass 2.0 flex 4×4 foi introduzido como um projeto experimental da Jeep, para testar a aceitação de uma versão flex de tração nas quatro rodas. Limitada a pouco mais de 500 unidades, essa versão não era viável em termos de preço quando equiparada com as opções a diesel, resultando em uma curta carreira comercial entre 2017 e 2018. As dificuldades de justificar o custo adicional frente aos benefícios oferecidos também influenciaram sua descontinuação.
O caso do Hyundai Veloster: um deslize nas expectativas?
Lançado em 2011, o Hyundai Veloster chamou a atenção pelo seu design único de três portas e promessa de um motor potente de 140 cv, aspecto que, na prática, não correspondia às expectativas iniciais, causando decepção entre os consumidores. Sua produção foi encerrada em 2014, com o modelo enfrentando forte crítica por não oferecer o desempenho comercializado inicialmente. A combinação de especulações em torno de sua verdadeira capacidade e a falta de inovação contínua influenciaram seu declínio no Brasil.
O dinamismo do mercado automotivo impõe desafios constantes para fabricantes e modelos. Apesar de alguns carros não se perpetuarem nas concessionárias brasileiras, suas histórias continuam a despertar interesse e são um testemunho da evolução contínua e das preferências voláteis dos consumidores.