O Índice CUB (Custo Unitário Básico da Construção) é um importante indicador para o setor da construção civil. Ele é utilizado como base para orçamentos de obras, gestão de contratos terceirizados públicos ou privados, financiamentos habitacionais, reajustes de contratos de obras diretas e licitadas, além de servir para avaliação de imóveis novos por bancos e instituições financeiras, inclusive pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
Além disso, o CUB é um parâmetro legal para contratos de incorporação imobiliária, conforme estabelece a Lei nº 4.591/64, e também é utilizado em estudos de viabilidade econômica para edificações de diferentes padrões, seja residenciais ou comerciais.
Como o CUB é calculado?
Os valores são calculados mensalmente pelo Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), com base em projetos-padrão definidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O índice representa o custo por metro quadrado de construção e considera:
- Materiais de construção (como cimento, aço, tijolos, fiação, tubulações etc.)
- Equipamentos e serviços auxiliares
- Mão de obra qualificada (pedreiros, eletricistas, carpinteiros etc.)
Ficam fora dos cálculos os valores referentes ao terreno, taxas cartoriais, licenças, projetos arquitetônicos, impostos, taxas municipais ou ambientais, bem como o lucro da construtora ou empreiteira.
Quais são os diferentes tipos de CUB?
O índice é calculado com base em projetos-tipo para edificações residenciais, comerciais e de diferentes padrões, (popular, normal e alto), conforme definido pela norma NBR 12.721 da ABNT. Entre as variações mais comuns do estão:
- CUB R1-N: residência térrea de padrão normal
- CUB R8-N: edifício residencial de padrão normal
- CUB P1-B: prédio comercial de padrão baixo
Por exemplo, se o CUB R1-N de uma determinada região for R$ 1.000/m², a construção de uma casa com 120 m² pode custar, em média, R$ 120.000, desconsiderando os fatores adicionais já citados.
Por que o valor do CUB varia entre regiões?
As atualizações são mensais e os dados variam significativamente de estado para estado e até entre regiões dentro de um mesmo estado. Isso ocorre porque o índice reflete as diferenças locais nos preços de insumos e nos salários da construção civil.
Por essa razão, acompanhar o CUB da sua região é fundamental para a elaboração de orçamentos mais precisos, tanto em obras públicas quanto privadas.
O CUB serve para imóveis de padrão alto?
Imóveis de alto padrão normalmente utilizam materiais e sistemas mais sofisticados, como porcelanatos importados, automação residencial, esquadrias sob medida, elevadores privativos e projetos mais complexos. Esses fatores exigem mão de obra especializada e, portanto, o custo real é superior ao CUB padrão.
Nesse caso, é orientado que se apliquem múltiplos ao CUB, ajustando os valores para melhor refletir o custo final. Isso mostra que, mesmo sendo uma estimativa básica, o índice pode ser adaptado para diferentes realidades de obra.
Por que acompanhar o CUB ainda é essencial?
Apesar de ser apenas uma estimativa, o CUB segue como uma referência relevante em um cenário de constantes oscilações de preços e custos no setor. Seu acompanhamento é fundamental não apenas para empresas da construção civil, mas também para consumidores, investidores e gestores públicos que atuam no mercado imobiliário.
Entender como o CUB é calculado e atualizado é uma forma eficaz de planejar, orçar e executar obras com mais controle e previsibilidade financeira.
Coluna escrita por Rui das Neves, administrador e incorporador

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