Recentemente, uma prática criminosa tem causado preocupação entre profissionais da educação da rede pública. Indivíduos têm se passado por advogados do escritório Resende Mori Hutchison Advocacia, responsável por serviços jurídicos ao Sinpro, com o objetivo de enganar professores e orientadores educacionais. Essa tentativa de fraude se aproveita da expectativa relacionada ao pagamento de diferenças salariais, criando uma situação que dificulta a identificação imediata do golpe.
O contato inicial ocorre normalmente por meio do WhatsApp, onde os criminosos informam, convincentemente, a suposta liberação de valores ligados a processos judiciais coletivos. O assunto abordado pelos golpistas é uma decisão que reconhece divergências salariais referentes a gratificações para docentes temporários, levando muitos a acreditarem na veracidade do comunicado.
Como os criminosos atuam nesse tipo de golpe?
O golpe é estruturado para ganhar a confiança da vítima logo nos primeiros minutos de interação. Após o envio de mensagens, os criminosos apresentam documentos falsos, como uma ordem de pagamento aparentemente legítima, tornando toda a situação ainda mais convincente. O próximo passo envolve a solicitação dos dados bancários da vítima, com a justificativa de que o depósito precisa ser realizado com urgência.
Para aumentar a pressão, os fraudadores costumam ligar por vídeo e requisitar o compartilhamento de tela do aparelho. Durante essa etapa, a intenção é observar ou obter informações de acesso à conta bancária da vítima. Caso esse acesso dependa de recursos como biometria ou reconhecimento facial, os golpistas solicitam uma segunda conta bancária, alegando questões técnicas ou de segurança.

Quais estratégias são usadas para obter informações sensíveis?
Além da abordagem convincente, os golpes voltados para servidores públicos utilizam mecanismos sofisticados para driblar desconfianças. Muitos criminosos conseguem simular documentos jurídicos e apresentar informações verídicas sobre decisões judiciais, reforçando a sensação de autenticidade. Listam a seguir algumas das principais estratégias observadas nesses casos:
- Envio de documentos falsificados com dados específicos sobre o beneficiário;
- Mensagens insistentes solicitando respostas rápidas para criar um falso senso de urgência;
- Requisição de fotografias de documentos pessoais sob pretexto de cadastro ou atualização cadastral;
- Solicitação de compartilhamento de tela durante chamada de vídeo, permitindo visualizar informações bancárias ou senhas;
- Pedir dados de uma segunda conta caso o método de acesso da primeira seja por biometria ou reconhecimento facial.
O que fazer ao identificar uma tentativa de golpe?
O Sinpro divulgou orientações fundamentais para proteger seus filiados diante dessas tentativas de fraude. Primeiramente, destacou que o escritório Resende Mori Hutchison Advocacia utiliza somente um canal oficial para contato com seus clientes: o número 3031-4400, também disponível via WhatsApp. Qualquer comunicação feita por linhas telefônicas diferentes deve levantar suspeita imediatamente.
Ao receber mensagens suspeitas sobre supostos valores de processos judiciais, recomenda-se seguir estes passos:
- Verificar o número de contato antes de qualquer resposta;
- Evitar compartilhar dados pessoais ou bancários, mesmo diante de documentos aparentemente legítimos;
- Jamais compartilhar a tela do celular ou computador durante uma ligação proveniente de fontes desconhecidas;
- Bloquear imediatamente o número suspeito no aplicativo de mensagens;
- Denunciar o contato à plataforma utilizada e registrar um boletim de ocorrência junto às autoridades.
Essas orientações visam dificultar a ação dos golpistas e proteger os direitos e a segurança de professores e orientadores educacionais. O combate a fraudes desse tipo depende tanto da atenção das vítimas potenciais quanto da atuação coletiva de sindicatos e de instituições do poder público.