O setor aeroespacial brasileiro ganhou destaque internacional com o anúncio de uma nova parceria entre a Akaer, empresa sediada em São José dos Campos, e a companhia americana Radia. O acordo foi firmado durante o Paris Air Show de 2025, um dos eventos mais relevantes da indústria da aviação mundial. A colaboração envolve o desenvolvimento da cabine pressurizada do WindRunner, projeto que promete ser o maior avião cargueiro do planeta em termos de volume.
O WindRunner está sendo desenvolvido para atender demandas logísticas de grande porte, com capacidade para transportar mais de 70 toneladas de carga útil em um compartimento de 7.700 metros cúbicos. O projeto reúne empresas de diferentes países, cada uma responsável por partes específicas da aeronave, reforçando o caráter internacional e colaborativo do setor aeronáutico.
Como a Akaer contribuirá para o WindRunner?
A Akaer assumiu a responsabilidade pelo desenvolvimento da cabine pressurizada do WindRunner, elemento fundamental para garantir a segurança e o conforto da tripulação durante voos de longa duração. O trabalho será realizado nas instalações da empresa no interior de São Paulo, aproveitando a experiência acumulada em projetos aeroespaciais e a infraestrutura tecnológica disponível na região.
Além da cabine, o WindRunner contará com sistemas avançados de integração aviônica, dispositivos de sustentação e soluções inovadoras para o transporte de cargas volumosas. O envolvimento da Akaer neste projeto representa um passo importante para a indústria nacional, demonstrando a capacidade do Brasil de participar de iniciativas de alta complexidade tecnológica no cenário global.
Quais empresas participam do desenvolvimento do maior avião cargueiro do mundo?
O desenvolvimento do WindRunner reúne uma série de empresas especializadas, cada uma contribuindo com expertise em áreas estratégicas. Entre as parceiras confirmadas estão:
- Aciturri Aeronáutica (Espanha): responsável pela estrutura traseira da aeronave.
- Astronautics Corporation of America (Estados Unidos): encarregada do projeto e fabricação dos equipamentos de integração dos sistemas aviônicos.
- Element Materials Technology (Reino Unido): dedicada ao desenvolvimento do sistema de combustível.
- Ingenium Technologies (Estados Unidos): responsável pelos dispositivos de sustentação em voo.
Essa colaboração internacional reflete a complexidade do projeto e a necessidade de reunir diferentes competências para viabilizar uma aeronave de grande porte como o WindRunner.

Quais são as características técnicas do WindRunner?
O WindRunner se destaca por suas dimensões e capacidade operacional. O compartimento de carga de 7.700 metros cúbicos supera em muito outros cargueiros em operação atualmente. Para efeito de comparação, o C-390 Millennium, fabricado pela Embraer, transporta até 26 toneladas, enquanto o novo projeto da Radia ultrapassa 70 toneladas de carga útil.
Outro diferencial do WindRunner é a possibilidade de operar em pistas não pavimentadas com extensão mínima de 1.800 metros, dispensando infraestrutura terrestre especializada. Essa característica amplia o alcance da aeronave, permitindo acesso a regiões remotas e facilitando operações logísticas em áreas de difícil acesso.
- Capacidade de carga útil: mais de 70 toneladas.
- Volume do compartimento de carga: 7.700 m³.
- Operação em pistas não pavimentadas: mínimo de 1.800 metros.
- Cabine pressurizada: desenvolvimento brasileiro pela Akaer.
O projeto do WindRunner representa um avanço significativo para o transporte aéreo de cargas de grande volume, com potencial para transformar a logística global. A participação da Akaer e de outras empresas internacionais evidencia a importância da cooperação entre diferentes países para o desenvolvimento de soluções inovadoras no setor aeroespacial.