Salvador, capital da Bahia, é conhecida por sua história, música, festas populares e ancestralidade africana. Mas, nos últimos anos, a cidade vem se posicionando como uma referência nacional em outro campo: a economia criativa e a sustentabilidade urbana. E o mais impressionante? Tudo isso sem abrir mão de suas raízes culturais — pelo contrário, usando-as como base.
A nova Salvador é afrocentrada, inovadora, digital e verde — e tem atraído olhares de todo o mundo.
A força da economia criativa baiana
A cultura popular sempre foi o coração de Salvador, mas agora ela é também um motor econômico. A cidade vem apostando na economia criativa como estratégia de desenvolvimento local, apoiando artistas, coletivos, empreendedores e iniciativas culturais com forte identidade territorial.
Projetos como feiras criativas, editais para empreendimentos de base comunitária, incubadoras de negócios de impacto e centros de formação cultural estão mudando o cenário produtivo da cidade — sobretudo em bairros historicamente marginalizados.
O Bahia Criativa é um exemplo de política pública voltada para apoiar o setor com capacitação, mentoria e articulação entre economia, cultura e inovação.

Cultura, ancestralidade e inovação ambiental
Salvador também está se tornando referência ao conectar cultura e sustentabilidade. Um exemplo é o protagonismo da cidade em eventos como o Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima, onde se discutem formas de atuação cultural frente às emergências climáticas.
A cidade tem priorizado práticas de economia circular, produção cultural de baixo impacto ambiental e soluções comunitárias que aliam conhecimento tradicional a tecnologias contemporâneas. Essas estratégias, além de impactarem o meio ambiente positivamente, reforçam a ideia de uma cidade inclusiva e resiliente.
Reconhecimento internacional e protagonismo afro-brasileiro
Salvador é a maior cidade afrodescendente fora da África e carrega essa responsabilidade com orgulho. Em eventos globais como o G20 da Cultura e o Fórum Mundial de Cidades Criativas, a capital baiana tem levado sua experiência de integrar cultura, economia e justiça social como exemplo de política urbana inovadora.
Essa projeção internacional fortalece não apenas a imagem da cidade como destino turístico, mas também a consolida como centro estratégico de produção simbólica e econômica com base na diversidade.