O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,11% em janeiro de 2025, marcando uma desaceleração em relação ao mês anterior (0,34%). Ainda assim, os desafios inflacionários continuam a preocupar analistas e o mercado financeiro. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 4,5%, abaixo dos 4,71% registrados no período anterior. Apesar disso, economistas destacam que o avanço da inflação está se mostrando mais persistente do que o previsto, especialmente nos serviços.
Segundo o economista Maykon Douglas, os serviços subjacentes subiram quase 1,0% na margem em janeiro, superando as expectativas do mercado. “Este é mais um resultado bem ruim. Serviços subjacentes subiram quase 1,0% na margem, muito acima do esperado, mostrando como os desafios na inflação corrente têm sido mais disseminados do que apenas nos alimentos, afirmou.
A perspectiva inflacionária para os próximos meses também não é otimista. O descolamento das expectativas de inflação das metas estabelecidas pelo Banco Central (desancoragem) e a pressão da atividade econômica agregada indicam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá manter uma postura firme na condução da política monetária.
Douglas projeta que a taxa básica de juros, a Selic, pode alcançar 16% até o fim de 2025. “Existe até o risco de que esse patamar seja atingido antes do previsto, dada a necessidade de conter as pressões inflacionárias e ancorar as expectativas do mercado”, alertou.
O cenário reforça a cautela entre os agentes econômicos e aumenta as incertezas sobre o impacto desse aperto monetário na atividade econômica. Para investidores e consumidores, os próximos meses prometem um ambiente econômico ainda mais desafiador, com os juros elevados pesando sobre o consumo e os investimentos.