O mercado de criptomoedas segue em alerta, acompanhando a recente desvalorização do bitcoin (BTC), a principal cripto do segmento. Pressionado pela aversão global ao risco, após dados macroeconômicos desfavoráveis nos Estados Unidos, o ativo enfrenta um movimento que pode comprometer as expectativas de recuperação a curto prazo.
Segundo análise de Matías Part, analista da Bitget, apesar dessa queda, a história recente mostra que correções dessa magnitude no Bitcoin frequentemente precedem movimentos de alta, especialmente em períodos de incerteza econômica. “A volatilidade inerente ao ativo continua sendo um fator chave. Estratégias como compras escalonadas e diversificação de portfólio são recomendadas para investidores considerando entrar no mercado neste momento”, explica.
Bitcoin rompe suporte dos US$ 90 mil e preocupa investidores
Nas últimas 24 horas, o bitcoin chegou a atingir a mínima de US$ 89.800, segundo dados da plataforma CoinGecko. Essa queda representa um recuo de 2,8% no período, com o ativo sendo negociado a US$ 92.300 por volta das 13h (horário de Brasília). Em comparação à máxima histórica de US$ 108 mil registrada no mês passado, o mercado enfrenta um cenário de forte correção.
Analistas indicam que o rompimento do suporte dos US$ 90 mil é um marco preocupante, pois abre espaço para projeções ainda mais pessimistas. De acordo com especialistas consultados pelo portal Coindesk, a criptomoeda pode cair para US$ 70 mil antes de retomar um possível rali de valorização.
Possível retomada de alta de juros pelo Fed impacta o mercado
Um dos principais fatores de pressão é a possibilidade de o Federal Reserve (Fed) reverter o ciclo de cortes de juros e optar por novas elevações. Esse cenário eleva o apetite por ativos considerados mais seguros, reduzindo a demanda por criptomoedas e outros investimentos de maior risco.
Em suma, para o analista da Bitget, o bitcoin apresenta um cenário misto. Embora a recente queda possa ser vista como uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo, os riscos associados à volatilidade e aos eventos macroeconômicos em andamento tornam essa decisão algo que requer cautela e estratégia.
“O mercado está atento aos próximos dias, quando os dados de inflação e as políticas do Fed desempenharão um papel crucial na direção dos preços da criptomoeda”, afirma o especialista.
Altcoins também sofrem desvalorização significativa
O impacto negativo se estende às altcoins, moedas digitais alternativas ao bitcoin. O ethereum (ETH), segunda maior cripto em valor de mercado, caiu 7% nas últimas 24 horas, sendo negociado a US$ 3 mil. Solana (SOL) também registrou uma queda de 6%, cotada a US$ 178 no mesmo período.
O mercado de criptomoedas como um todo apresenta um movimento de baixa generalizada, reforçando a cautela entre investidores que buscam proteger seus portfólios.
É hora de comprar?
De acordo com Matías Part, antes de tomar qualquer decidão é preciso aguardar os dados de inflação dos EUA na próxima quarta-feira.
Fatores positivos:
• A queda de 10% pode representar uma oportunidade para entrar a um preço mais baixo, especialmente se houver confiança na recuperação de longo prazo do Bitcoin.
• A divulgação de dados de inflação nos EUA e em outras economias importantes nesta semana pode aumentar a demanda por ativos de refúgio, como o Bitcoin, em cenários de incerteza econômica. Se a inflação fechar dentro das expectativas (2,7%), o mercado pode reagir positivamente.
Fatores de risco:
• A volatilidade permanece alta, refletindo a sensibilidade às políticas do Fed e aos movimentos de grandes investidores.
• Se os dados de inflação excederem as expectativas (2,7%), isso pode impactar negativamente os ativos negociáveis.
