A semana de 6 a 10 de janeiro promete trazer uma série de indicadores econômicos relevantes em mercados globais e no Brasil, com impacto significativo sobre o mercado financeiro. O operador de mercado Francisco Alves aponta que os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos serão o grande destaque internacional. “Teremos o relatório ADP, que mede a variação de empregos no setor privado, o relatório JOLTS de criação de vagas, pedidos semanais de auxílio-desemprego e, na sexta-feira, o famoso payroll, que inclui a taxa de desemprego e o salário médio por hora”, explicou. Além disso, a ata do Federal Reserve, prevista para quarta-feira (8), deverá oferecer mais detalhes sobre as decisões de política monetária da última reunião.
Na Europa, os índices de preços ao consumidor (CPI) de países como França, Alemanha, Itália e Espanha também serão divulgados, enquanto os PMIs compostos e de serviços darão um panorama da atividade econômica no continente. Segundo Alves, esses dados terão um papel importante em movimentar as bolsas europeias.
Na Ásia, a China divulgará os índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI), refletindo a dinâmica inflacionária do país. No Japão, o destaque será o leilão de títulos soberanos de longo prazo, um evento acompanhado de perto por investidores globais.
Agenda Nacional: IPCA e Ajuste Fiscal
No Brasil, os olhos estarão voltados para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, prevista para sexta-feira (10). Alves destacou a relevância do indicador como um termômetro do quadro inflacionário. “O IPCA será crucial para medir o impacto da inflação acumulada ao longo de 2024 e suas implicações na política monetária do Banco Central”, afirmou.
Outros dados importantes incluem a produção industrial de novembro, que será divulgada na quarta-feira (8), e as vendas no varejo, previstas para quinta-feira (9). Segundo Alves, esses números são essenciais para avaliar o desempenho da economia brasileira em um cenário de preocupações fiscais e políticas. “Seguimos atentos ao ajuste fiscal, ao cenário político e à trajetória de juros e câmbio”, pontuou.
Mercados: Bolsas e Commodities
O Ibovespa iniciou o ano repercutindo o desempenho negativo de 2024, com uma queda acumulada de mais de 10%.
Nos mercados internacionais, o petróleo registrou leves altas semanais, com o WTI subindo 1,13%, enquanto o Brent avançou 0,76%. O ouro teve ganho semanal de 0,90%, enquanto o cobre registrou queda de 1,18%. O minério de ferro, negociado em Dalian, recuou 2,18% no contrato de maio.
Francisco Alves resumiu as expectativas: “É uma semana longa, com muitos dados importantes no Brasil e no exterior, que deverão movimentar as bolsas e moldar o sentimento do mercado neste início de ano.” Ele também destacou que a atenção estará dividida entre os indicadores econômicos e os desdobramentos políticos e fiscais, que continuam a influenciar o desempenho dos ativos no Brasil.
Com dados de inflação, emprego e atividade econômica em várias regiões do mundo, esta será uma semana decisiva para a avaliação das condições econômicas e para o direcionamento dos mercados no começo de 2025.