A reforma trabalhista completou sete anos em novembro de 2024, e suas consequências continuam sendo debatidas intensamente por especialistas e trabalhadores. Desde a promulgação da Lei 13.467/2017, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) passou por mudanças significativas, alterando a dinâmica das relações trabalhistas no Brasil.
O que mudou desde a reforma trabalhista?
A Lei 13.467/2017 visava modernizar as relações de trabalho, adequando a legislação a um cenário social e econômico em constante transformação. Uma das principais mudanças foi a flexibilização das normas, permitindo que acordos individuais prevalecessem sobre a legislação em diversas situações.
Desde então, temas como teletrabalho, trabalho intermitente e negociações diretas entre empregadores e empregados ganharam destaque. Contudo, essas inovações também geraram controvérsias e ações judiciais que questionaram sua constitucionalidade.

Impactos no mercado de trabalho
O volume de reclamações trabalhistas sofreu uma queda expressiva após a entrada em vigor da reforma. Entre janeiro e setembro de 2017, as Varas do Trabalho receberam mais de 2 milhões de processos. Em 2018, esse número caiu para pouco mais de 1,2 milhão.
Especialistas afirmam que a redução pode ser atribuída às novas regras para acesso à gratuidade de justiça e às exigências impostas aos reclamantes, como o pagamento de custas processuais em casos de ausência às audiências. Essa queda trouxe alívio ao sistema judiciário, mas levantou debates sobre o acesso à justiça por parte de trabalhadores menos favorecidos.
Decisões do STF e seus efeitos
Diversos dispositivos da reforma foram objeto de análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A possibilidade de trabalho de gestantes em ambientes insalubres foi declarada inconstitucional, enquanto as regras sobre o trabalho intermitente foram mantidas.
Outra decisão importante foi a que considerou inconstitucionais dispositivos que obrigavam beneficiários da justiça gratuita a arcar com custos processuais em determinadas situações. Essas deliberações ilustram os desafios de conciliar a modernização da legislação com a proteção dos direitos fundamentais.

Críticas e desafios futuros
Embora tenha gerado maior flexibilidade para empregadores, a reforma trabalhista enfrenta críticas por parte de sindicatos e especialistas que apontam para uma precarização das condições de trabalho. O contrato intermitente, por exemplo, é frequentemente citado como um retrocesso, formalizando trabalhos com baixa previsibilidade de renda.
Para os próximos anos, espera-se que novas discussões legislativas abordem lacunas deixadas pela reforma, como a regulamentação de plataformas digitais e o fortalecimento da representação sindical.
Conclusão: O futuro das relações trabalhistas no Brasil
Sete anos após sua implementação, a reforma trabalhista continua a influenciar profundamente o cenário laboral brasileiro. Enquanto alguns avanços são reconhecidos, críticas apontam para a necessidade de ajustes que garantam maior equilíbrio entre os interesses de empregadores e empregados.
À medida que a sociedade evolui, o debate sobre as relações de trabalho precisa acompanhar essas mudanças, promovendo soluções que aliem flexibilidade e proteção aos direitos dos trabalhadores.