O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela inconstitucionalidade da cobrança do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) sobre fundos de previdência dos tipos VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). O relator do caso, ministro Dias Toffoli, foi acompanhado por todos os ministros da Corte durante o julgamento.
Decisão do STF: A Inconstitucionalidade do ITCMD sobre VGBL e PGBL
A principal argumentação do ministro Toffoli é de que a cobrança do ITCMD sobre esses planos em caso de falecimento do titular viola a Constituição, já que os valores seriam repassados diretamente aos beneficiários. Esta decisão tem repercussão geral e, portanto, servirá de referência para casos futuros em todo o Judiciário brasileiro.

Por que o ITCMD sobre VGBL e PGBL foi considerado inconstitucional?
A inconstitucionalidade reside no fato de que o VGBL e o PGBL são considerados ferramentas para acumulação de valores e planejamento sucessório, e não como bens imóveis ou valores patrimoniais que justificariam a aplicação do ITCMD. A decisão do STF veio após um pedido inicial do estado do Rio de Janeiro, que buscava resolver divergências entre suas próprias instâncias judiciais sobre a aplicabilidade do imposto a estes planos.
O que são VGBL e PGBL?
Os fundos de previdência VGBL e PGBL são instrumentos oferecidos por seguradoras e entidades de previdência complementar e visam acumular recursos para a aposentadoria. Apesar de possuírem objetivos semelhantes, eles diferem na forma de tributação e no tratamento financeiro dado aos valores acumulados:
- VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): Funcionando de forma similar a um seguro, os valores são pagos diretamente pela instituição financeira aos beneficiários em caso de falecimento do titular.
- PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): Permite deduzir as contribuições feitas da base de cálculo do imposto de renda até o limite de 12% dos rendimentos tributáveis, mas é considerado mais próximo a um investimento.

Quais são as implicações da decisão do STF?
Com a declaração de inconstitucionalidade da tributação sobre o VGBL e o PGBL, a decisão impacta financeiramente as receitas estaduais que aplicavam o ITCMD sobre esses planos. Estados terão de rever seus orçamentos que contavam com essa fonte de recursos. Além disso, a decisão proporciona segurança jurídica para investidores que utilizam esses instrumentos como parte de suas estratégias de sucessão patrimonial.
Quais são os próximos passos após a decisão do STF?
A questão da tributação sobre fundos de previdência privada pode não estar totalmente encerrada. Com a conclusão do projeto de regulamentação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, as próximas rodadas podem envolver novas deliberações sobre aspectos fiscais que afetam tanto os estados quanto os investidores individuais. A evolução dessas discussões será essencial para entender as diretrizes futuras da política tributária no Brasil.