A necessidade de abordar as mudanças climáticas de forma eficaz nunca foi tão urgente. Com o Acordo de Paris estabelecendo o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, a comunidade internacional enfrenta a realidade de que as metas atuais não são suficientes. Relatórios recentes indicam que as promessas climáticas dos países, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), não estão no caminho certo para alcançar essa meta essencial.
Um alerta importante veio do Grupo de Consultoria sobre a Crise Climática (CCAG), que destacou a necessidade de uma revisão dessas metas. O ritmo atual de aquecimento global coloca o mundo em risco de superar os 3 °C até o final do século. Esse cenário destacaria as ameaças crescentes para a biodiversidade, a agricultura e as estruturas sociais em todo o mundo.
Revisão das Metas: Necessidade de Maior Ambição
A revisão das NDCs é imperativa para que os países possam realinhar suas estratégias de mitigação climática. O CCAG propõe que, para alcançar um impacto real, os países desenvolvidos devem liderar com compromissos consideráveis de redução de emissões. Além disso, é crucial que apoiem financeiramente os países em desenvolvimento, promovendo uma transição justa e sustentável.
Esta abordagem não só é ética, como também prática. A diferença na capacidade econômica entre os países significa que os esforços para combater as mudanças climáticas devem ser equitativos e considerar as circunstâncias de cada nação.

O que Devemos Esperar das Novas NDCs?
As novas diretrizes propostas incluem uma série de ações estratégicas, visando transformar promessas em realidades. Entre elas estão:
- Planos de implementação detalhados: definição clara das ações necessárias para alcançar as metas de redução de emissões, com cronogramas e responsabilidades bem delineadas.
- Financiamento sustentável: criação de mecanismos que garantam que os recursos financeiros fluam para projetos verdes, sejam eles de fontes públicas ou privadas.
- Inovação e tecnologia: incentivo ao uso de tecnologias existentes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, ao mesmo tempo, em que se promove o desenvolvimento de novas soluções.
Brasil e seu Perfil Climático
O Brasil, uma das principais economias emergentes, anunciou recentemente sua nova meta para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa até 2035. Este compromisso reafirma o papel do Brasil na liderança climática global e estabelece um tom de ação para a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29).
Como anfitrião da COP em 2025, o Brasil tem a oportunidade de exemplificar como as nações podem alinhar suas políticas internas com os objetivos globais de mitigação, apontando para um futuro sustentável.
O Caminho Adiante nas Ações Climáticas
À medida que os esforços internacionais continuam a crescer, o foco nas NDCs revisadas deve permanecer como uma prioridade. Considerando que as soluções tecnológicas estão ao nosso alcance, a implementação efetiva depende da cooperação global e da determinação política. Usar os próximos anos para consolidar compromissos e promover um desenvolvimento sustentável é essencial para assegurar um futuro seguro para todas as nações.