O mercado de crédito imobiliário tem mostrado um ritmo aquecido, encerrando este ano com projeções de recorde. No entanto, os principais bancos do país alertam para um possível freio em 2025, impulsionado pela alta da Selic e desafios na captação de recursos. Segundo Sandro Gamba, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), um cenário de retração está no horizonte.
O principal fator que ameaça a continuidade do crescimento do crédito imobiliário é a alta da taxa de juros. Com a curva longa de juros em elevação, os custos de financiamento ficam mais altos, dificultando a manutenção do atual patamar de concessões. As taxas de financiamento, que muitos esperavam ver em queda até o final de 2024, provavelmente continuarão em níveis elevados por mais tempo, impactando diretamente a demanda por crédito.
Saques da poupança e mudanças nas regras de LCI
Outro ponto que pressiona o mercado é o aumento significativo dos saques da poupança, uma das principais fontes de recursos para o crédito imobiliário. Esse fenômeno foi intensificado pela alta dos juros e por mudanças nas regras para emissão de Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que elevaram os custos de captação e estenderam o tempo de carência.
Sendo assim, especialistas apontam que a partir do primeiro trimestre de 2025, a oferta de crédito imobiliário poderá começar a sentir uma retração, pois, apesar do momento atual positivo, a continuidade das concessões nas condições atuais será cada vez mais desafiadora.
Para especialistas, a combinação de fatores como juros altos, saques constantes da poupança e alterações nas condições de LCI desenham um cenário mais conservador para o próximo ano.
Em suma, mesmo que o setor ainda esteja robusto neste final de 2024, os sinais de alerta são claros para o futuro próximo. Dessa forma, com a manutenção das taxas de juros elevadas e o impacto nas fontes de financiamento, será difícil manter o mesmo nível de concessões que vemos hoje.