A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pelo Banco Central, trouxe um alerta significativo: a persistente piora nas expectativas de inflação pode estender o ciclo de alta da taxa básica de juros. Essa medida visa manter a inflação sob controle em um cenário de pressões econômicas e incertezas fiscais.
Na semana passada, o Copom surpreendeu ao acelerar o ritmo de aperto monetário, elevando a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, chegando a 11,25% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do comitê, refletindo uma postura firme diante das preocupações com o cenário inflacionário.
Medidas fiscais e crescimento econômico
O Banco Central enfatizou a importância de medidas fiscais por parte do governo, apontando que ações estruturais nessa direção são cruciais para impulsionar o crescimento econômico sustentável. O documento ressalta que a disciplina fiscal, combinada com reformas estruturais, pode evitar que a taxa de juros neutra da economia suba, contribuindo para um ambiente econômico mais estável.
O Copom deixou claro que qualquer abrandamento nas políticas fiscais, aumento de crédito direcionado e incertezas relacionadas à estabilização da dívida pública podem ter efeitos adversos, elevando as expectativas de juros de longo prazo.
Embora a última decisão do Copom não tenha antecipado os próximos passos da política monetária, o tom do documento sinaliza que o Banco Central continuará monitorando atentamente a evolução dos indicadores econômicos e a postura fiscal do governo. Esse movimento visa assegurar que a inflação retorne aos níveis dentro da meta estabelecida, mantendo a confiança dos investidores e o crescimento sustentável.