A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está analisando a possibilidade de parcelar, ao longo de cinco anos, os reajustes excepcionais em planos de saúde individuais. A medida vem em meio a debates sobre as mudanças na política de preços dos serviços, as quais geraram questionamentos. Paulo Rebello, diretor-presidente da ANS, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que a agência não busca prejudicar os beneficiários com essas medidas.
O que são reajustes excepcionais?
Uma das principais preocupações dos consumidores está relacionada à autorização de reajustes excepcionais mediante comprovação de desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. A proposta da ANS é estabelecê-los em “ciclos”, com duração de até cinco anos, permitindo às operadoras apenas uma revisão técnica de preços nesse período. Dessa forma, os reajustes extraordinários seriam diluídos ao longo do tempo, visando mitigar os efeitos sobre os beneficiários.

Quais os possíveis impactos do parcelamento?
- Alívio no bolso: O parcelamento dos reajustes pode ajudar a aliviar o impacto financeiro nos consumidores, dividindo o aumento em parcelas menores ao longo do tempo.
- Maior previsibilidade: Ao saber de antemão o valor das parcelas e o prazo para pagamento, os consumidores podem se planejar financeiramente de forma mais eficiente.
- Redução de cancelamentos: A medida pode contribuir para reduzir o número de cancelamentos de planos de saúde, já que os consumidores podem ter mais facilidade para arcar com os custos.
- Discussões sobre a política de preços: A proposta da ANS abre espaço para um debate mais aprofundado sobre a política de preços dos planos de saúde, buscando um equilíbrio entre os interesses das operadoras e dos consumidores.
Exigências para justificativa de ajustes
Para que os reajustes excepcionais sejam considerados, as operadoras de planos de saúde deverão apresentar justificativas detalhadas à ANS, comprovando o desequilíbrio financeiro. Rebello destacou que as empresas precisam demonstrar as razões claras para esse desajuste, que seria avaliado pela agência reguladora antes de qualquer autorização.
Cenário atual dos Planos de Saúde
Atualmente, cerca de 8,8 milhões de brasileiros são beneficiários de planos de saúde individuais e familiares, representando 17,1% do total de 51,4 milhões de usuários de planos médicos. A maioria é atendida por contratos coletivos, somando 42,6 milhões de beneficiários. No ano corrente, a ANS aprovou um reajuste máximo de 6,91% para planos individuais, enquanto os contratos coletivos tiveram um aumento médio de 13,8%.
A discussão sobre os reajustes dos planos de saúde, especialmente os individuais, reflete a complexidade do setor no Brasil, onde o acesso à saúde privada é uma necessidade crescente. A proposta de parcelamento dos reajustes poderá oferecer um alívio, mas traz consigo o desafio de equilibrar a sustentabilidade financeira das operadoras com a preservação dos direitos dos consumidores.
Vale ressaltar:
- Ainda não há decisão final: A ANS ainda está analisando a proposta e ouvindo as opiniões de diferentes setores. A medida ainda precisa ser aprovada e regulamentada.
- Detalhes importantes: É importante aguardar a publicação da norma final para conhecer todos os detalhes da medida, como os critérios para aplicação e as condições para o parcelamento.
- Consulte seu plano: Entre em contato com sua operadora de plano de saúde para obter mais informações sobre o assunto e tirar suas dúvidas.
Para mais informações:
- https://bmcnews.com.br/2024/10/14/ans-avanca-em-revisao-de-normas-para-planos-de-saude-no-brasil-saiba-mais/
- ANS: https://www.gov.br/ans/pt-br
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