Um recente estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine lançou luz sobre como a prática regular de atividade física pode ser um fator-chave para o controle da pressão arterial e a prevenção da hipertensão, especialmente na meia-idade. Liderada pela epidemiologista Kirsten Bibbins da UCSF (Universidade da Califórnia em São Francisco), a pesquisa acompanhou mais de 5 mil adultos por três décadas, mostrando resultados significativos na mitigação dos riscos associados à hipertensão.
Apelidada de “assassina silenciosa”, a hipertensão afeta uma parte considerável da população mundial, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Aproximadamente 1 em cada 4 homens e 1 em cada 5 mulheres são acometidos por essa condição, que pode causar sérios problemas de saúde como infartos, acidentes vasculares cerebrais e até demência. O estudo destaca a importância de práticas de exercícios físicos desde a juventude como forma de prevenção.
Qual a quantidade ideal de exercício para prevenir a hipertensão?
De acordo com os dados do estudo, realizar cerca de cinco horas semanais de exercícios moderados pode reduzir significativamente o risco de desenvolver hipertensão, sobretudo se esse hábito for mantido até os 60 anos. O pesquisador Jason Nagata, também da UCSF, enfatiza que as diretrizes atuais sobre atividade física podem precisar de uma revisão, já que quase metade dos participantes do estudo apresentavam níveis de exercício abaixo do esperado em sua juventude, resultando em um aumento na incidência de hipertensão na idade adulta.
Por que a hipertensão é conhecida como a “Assassina Silenciosa”?
A hipertensão é conhecida como a “Assassina Silenciosa” por uma razão muito simples: ela costuma não apresentar sintomas aparentes na maioria dos casos. Isso significa que muitas pessoas podem ter pressão alta por anos sem saber, e essa condição pode danificar silenciosamente órgãos vitais como coração, rins, cérebro e olhos.
- Danos aos órgãos: A pressão alta constante sobrecarrega o coração e os vasos sanguíneos, podendo levar a:
- Doenças cardíacas: Ataques cardíacos, insuficiência cardíaca.
- Acidentes vasculares cerebrais (AVC): Derrame.
- Doenças renais crônicas: Insuficiência renal.
- Problemas de visão: Degeneração macular, retinopatia.
- Sintomas podem aparecer tardiamente: Quando os sintomas aparecem, como dor de cabeça, tontura, visão embaçada ou sangramento nasal, a doença já pode estar em estágio avançado.
- Fatores de risco: A hipertensão está associada a diversos fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de sal e histórico familiar.
Este é um dos motivos cruciais para incluir atividades físicas regulares como parte de um estilo de vida saudável.
Por que é importante controlar a pressão arterial?
Controlar a pressão arterial é fundamental para prevenir complicações graves e garantir uma boa qualidade de vida. O tratamento da hipertensão envolve:
- Mudanças no estilo de vida: Adoção de uma dieta saudável, prática regular de exercícios físicos, redução do consumo de sal e álcool, controle do peso.
- Medicação: Em muitos casos, é necessário o uso de medicamentos para controlar a pressão arterial.
Como saber se tenho pressão alta?
O diagnóstico da hipertensão, ou pressão alta, é feito através da medição da pressão arterial. Essa medição é simples e indolor, e pode ser realizada em consultórios médicos, farmácias, postos de saúde e até mesmo em casa com aparelhos específicos.
Como é feita a medição:
- Esfigmomanômetro: É o aparelho utilizado para medir a pressão arterial. Ele consiste em um manguito que é inflado no braço, um medidor e um estetoscópio.
- Dois números: A pressão arterial é expressa por dois números: a pressão sistólica (número maior) e a pressão diastólica (número menor).
- Valores normais: A pressão arterial considerada normal é aquela em que os valores sistólicos são inferiores a 120 mmHg e os diastólicos são inferiores a 80 mmHg.
- Hipertensão: Quando os valores estão acima de 140/90 mmHg, o diagnóstico de hipertensão é confirmado.
Desigualdades raciais e socioeconômicas na atividade física
A pesquisa revelou também desigualdades raciais significativas no que diz respeito à atividade física. Enquanto homens e mulheres brancos tendem a estabilizar seus níveis de atividade por volta dos 40 anos, homens e mulheres negros experimentam um declínio contínuo. Aos 60 anos, uma maior proporção de participantes negros desenvolveu hipertensão em comparação com seus pares brancos. Esses dados indicam que fatores socioeconômicos e ambientais, além de responsabilidades familiares, podem influenciar negativamente a prática contínua de exercícios físicos entre diferentes grupos demográficos.
Em uma época onde o estresse e o sedentarismo prevalecem, é imperativo que indivíduos e comunidades sejam conscientizados sobre a importância do exercício físico regular. Assim, iniciativas que promovam um estilo de vida ativo são essenciais para reduzir as disparidades de saúde e melhorar a qualidade de vida globalmente.
Para mais informações:
- HCOR: Exercícios aeróbicos auxiliam no controle da pressão arterial!
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao
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