As relações entre Brasil e China completam 50 anos desde a reabertura das embaixadas em 1974, e a evolução dessa parceria tem sido impressionante, transformando a China no maior parceiro comercial do Brasil.
Em entrevista ao programa Strike da BM&C News, Dr. Thomas Law, presidente do Ibrachina, discutiu os principais marcos dessa trajetória, a diversificação das exportações brasileiras e o futuro das relações bilaterais.
Crescimento Comercial e Parcerias Políticas
De acordo com Dr. Law, a China consolidou-se como o maior parceiro comercial do Brasil por mais de 12 anos, com as trocas comerciais atingindo cerca de 170 bilhões de dólares. “Se analisarmos o passado, há 20 anos, o fluxo comercial era de apenas 8 bilhões de dólares. O crescimento é um reflexo da relação política e comercial que se fortaleceu desde 2009, com a primeira visita oficial do então presidente Lula à China”, afirmou.
Ele destacou a recente visita de autoridades brasileiras a Pequim, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e vários ministros, como um marco importante para o futuro dessa parceria. Durante a viagem, foram firmados acordos estratégicos, como a expansão da exportação de café para a China, que agora conta com redes de café chinesas, como a Luckin Coffee, cada vez mais interessadas em produtos brasileiros.
Desafios e Oportunidades para o Brasil
Dr. Law enfatizou a necessidade de o Brasil diversificar suas exportações e reduzir a dependência de commodities como soja, minério de ferro e petróleo cru. Ele sugeriu que o país deve agregar mais valor aos seus produtos e participar de feiras internacionais na China para promover seus itens de maior valor agregado. “É fundamental que os empresários brasileiros aproveitem feiras como a China International Import Expo (CIIE) em Xangai para apresentar produtos que os chineses ainda não conhecem”, comentou.
Outro ponto destacado foi o investimento em infraestrutura e logística para tornar as exportações brasileiras mais competitivas. Dr. Law mencionou a importância da participação do Brasil na Iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative), que busca integrar os países através de investimentos em infraestrutura e logística.
A Influência da Cultura e Educação na Relação Bilateral
A parceria entre Brasil e China vai além do comércio, abrangendo também a educação e a cultura. Dr. Law destacou os intercâmbios acadêmicos e a cooperação entre universidades, como a colaboração da Unicamp com a Tchan University, uma das mais prestigiadas da China. Além disso, ele ressaltou as iniciativas culturais que fortalecem a relação, como a apresentação de grupos de dança e teatro chineses em cidades brasileiras.
Tecnologia e o Futuro da Relação Brasil-China
Ao olhar para o futuro, Dr. Thomas Law apontou que a inteligência artificial será um dos principais motores da relação entre os dois países. Ele relatou sua experiência ao visitar fábricas chinesas que utilizam tecnologia de ponta, com robôs desempenhando papéis importantes na produção. “A tendência é que a China continue investindo em tecnologias avançadas e produtos de valor agregado, e o Brasil tem a oportunidade de aprender e colaborar nesse desenvolvimento”, afirmou.
Com o fortalecimento dessa relação comercial e a integração em setores como tecnologia, educação e cultura, Brasil e China prometem manter uma parceria estratégica que continuará a evoluir nos próximos 50 anos.