Em um comunicado divulgado nesta quarta, 18, a AgroGalaxy Participações S.A., uma das maiores plataformas de varejo de insumos agrícolas do Brasil, anunciou mudanças significativas na sua alta administração. A reunião do Conselho de Administração, realizada nesta terça, 17, trouxe uma série de renúncias e a eleição de um novo Diretor Presidente.
O ex-Diretor Presidente, Axel Jorge Labourt, renunciou ao cargo, assim como aos postos que ocupava nos comitês de Sustentabilidade, Financeiro e de Pessoas. Além dele, outros membros do Conselho de Administração também apresentaram suas renúncias, incluindo Benildo Carvalho Teles, Welles Clóvis Pascoal, Maurício Luis Luchetti, Eduardo de Almeida Salles Terra e Larissa Yastrebov Pomerantzeff.
Em resposta às renúncias, o Conselho elegeu Eron Martins como o novo Diretor Presidente da companhia. Eron, que já atuava como Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, assumirá interinamente ambos os cargos até 23 de dezembro de 2024.
De acordo com fato relevante divulgado ao mercado, com as mudanças, a empresa reforça seu compromisso com a transparência e a eficiência operacional, pilares essenciais para o mercado de capitais. O novo Diretor Presidente, Eron Martins, expressou sua intenção de conduzir a companhia em direção a uma gestão ainda mais robusta, alinhada aos desafios e oportunidades do mercado agrícola brasileiro. A AgroGalaxy segue consolidando sua posição como uma das principais plataformas no setor de insumos agrícolas, com perspectivas de continuar expandindo suas operações, apesar das mudanças recentes no quadro executivo.
O momento da Agrogalaxy
A empresa passa por momento difícil junto com praticamente todo o setor de varejo de insumos agrícolas. As margens foram menores nos últimos anos, levando a resultados negativos nos últimos trimestres. Junto das dificuldades operacionais, a macroeconomia penaliza o balanço.
A companhia se alavancou em um movimento estratégico de crescimento e consolidação no setor. Altamente endividada, a Agrogalaxy viu os custos financeiros dispararem junto da taxa básica de juros, que passou, em pouco tempo, de 2% para 13,75% após a crise sanitária de COVID-19 e permanece acima dos 10% ainda hoje.
A empresa fechou o segundo trimestre de 2024 com dívida líquida (total da dívida descontado de recursos em caixa ou equivalente) de mais de R$ 1,5 bilhão. Em todo o 2023, a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 334 milhões e, no segundo trimestre deste ano, último resultado apresentado pela empresa, um prejuízo líquido de R$ 362 milhões.
Com uma operação ainda deficitária e sem capacidade de gerar caixa, o cumprimento dessas obrigações financeiras começa a ser questionado pelo mercado, situação que é descrita como “muito delicada” por analistas que acompanham a tese.