O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro apresentou uma queda significativa em 2024, um movimento esperado após o forte crescimento observado durante a pandemia de COVID-19. De acordo com o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, a elevação dos preços de commodities agrícolas durante a pandemia criou uma situação temporária que agora se ajusta. “O PIB do Agro tinha que cair porque tinha subido demais em função da pandemia”, explica.
Durante o auge da crise sanitária global, muitos países sem segurança alimentar aumentaram suas compras internacionais para garantir o abastecimento de suas populações. “Os países que não tinham segurança alimentar foram ao mercado para garantir a alimentação das suas populações”, pontua Rodrigues. Essa alta demanda causou uma escassez no mercado global, elevando os preços de produtos como milho, açúcar, café e soja. “Os preços dobraram em dólar”, destacou o ex-ministro.
A resposta dos produtores brasileiros foi um aumento expressivo na produção, acompanhado de investimentos consideráveis para atender à demanda internacional. No entanto, o cenário pós-pandêmico trouxe desafios, com os preços voltando ao patamar pré-crise e gerando um desequilíbrio nas contas dos agricultores. “O produtor rural brasileiro que respondeu à demanda mundial fez investimentos, se endividou, e hoje tem um descasamento de renda”, explicou.
Além disso, o setor agrícola foi impactado por uma forte seca que atingiu várias regiões do Brasil, reduzindo a produtividade e agravando a crise enfrentada pelos produtores. “Nós tivemos uma seca muito grande esse ano que afetou várias regiões do país, quebrando a produtividade agrícola”, relatou Rodrigues.
Mesmo com a queda, o agronegócio continua desempenhando um papel central na economia brasileira, especialmente no que se refere às exportações e à geração de empregos. “O PIB brasileiro do agronegócio caiu, mas continua tendo um papel central, incluindo nas exportações, emprego e participação no PIB”, concluiu o ex-ministro.