A MetSul, Meteorologia emitiu um alerta para a possibilidade de chuva preta no Rio Grande do Sul neste fim de semana. Esse fenômeno é esperado devido à presença significativa de fuligem na atmosfera, proveniente de uma pluma de fumaça vinda da Bolívia e da região amazônica que avança até o Sul do Brasil.
Projeção de Aerossóis
De acordo com o modelo de dispersão de aerossóis CAMS do Sistema Copernicus da União Europeia, um extenso corredor de fumaça se estende do Norte ao Sul do Brasil e Uruguai. Este fenômeno está associado ao elevado número de queimadas na Bolívia e na Amazônia brasileira. Recentemente, a Amazônia registrou um dos piores dias de queimadas da sua história recente, com 3.224 focos de calor identificados entre quinta e sexta-feira, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Veja o que Esperar para o Fim de Semana
Uma frente fria está se deslocando e trará chuva para quase todo o estado do Rio Grande do Sul. No entanto, as precipitações deverão ser de baixos volumes e irregulares, podendo haver áreas sem registro de chuva. A combinação dessa frente fria com um ciclone extratropical no Rio da Prata resultará em chuva no Oeste, Sul e Centro do estado no sábado, avançando para o Centro e Norte no domingo. A grande quantidade de fumaça presente na atmosfera pode levar à ocorrência de chuva preta, que resultará em água escura ou preta em piscinas e baldes, além de manchas em veículos.
O que é Chuva Preta?
A chuva preta é um fenômeno causado pela presença de fuligem (soot) na atmosfera. A fuligem, constituída principalmente de carbono, é resultado da combustão incompleta de materiais orgânicos e combustíveis fósseis. Quando essas partículas se misturam com a umidade nas nuvens, elas podem precipitar-se como chuva contaminada, que pode afetar corpos d’água, solos e vegetação. A chuva preta geralmente ocorre em áreas com alta poluição e pode deixar uma camada de sujeira em superfícies urbanas, aumentando custos de manutenção e causando degradação dos materiais.
Corrente de Jato e Transporte de Fuligem
A grande quantidade de fumaça chegando ao Rio Grande do Sul é transportada por uma corrente de jato em baixos níveis da atmosfera. Essa corrente de ar estreita, que atua entre 1 e 2 quilômetros de altitude, transporta o material particulado da Bolívia e do Centro-Oeste do Brasil para as latitudes médias do continente. A corrente de jato em baixos níveis, ou JBN, é um corredor de vento que pode estender-se por milhares de quilômetros, levando ar quente e fumaça para o Sul do Brasil e o Rio da Prata.