No primeiro semestre de 2024, 71% das empresas brasileiras registraram desvalorização de suas ações, de acordo com um estudo realizado pela MZ. Em uma entrevista exclusiva à BMC News, Cassio Rufino, CFO e COO da MZ, explicou as principais razões por trás desse desempenho negativo, destacando a importância da comunicação empresarial no alinhamento de expectativas com o mercado.
Desempenho Geral e Setores Afetados
Cassio Rufino revelou que, das 345 empresas analisadas, a maioria experimentou uma queda significativa em suas ações. “O número de 71% é bastante relevante e aponta para uma movimentação negativa no mercado de equity brasileiro,” afirmou Rufino. Ele destacou que empresas menores, conhecidas como small caps, foram as mais afetadas, apresentando as maiores variações negativas. Em contrapartida, as large caps tiveram um desempenho relativamente melhor.
Setores com Variação Positiva
Apesar do cenário predominantemente negativo, alguns setores conseguiram se destacar com variações positivas. “Setores como papel e celulose, seguros, serviços financeiros, mineração e siderurgia mostraram resiliência e registraram valorização em suas ações,” disse Rufino. Ele atribuiu esse desempenho a fatores específicos de cada setor e à capacidade dessas empresas de manter uma comunicação eficaz com o mercado.
Setores com Variação Negativa
Por outro lado, setores como educação e aluguel de veículos e máquinas sofreram desvalorização completa. “Esses setores enfrentaram desafios significativos que afetaram negativamente suas ações,” comentou Rufino. Ele sugeriu que uma comunicação mais alinhada e transparente poderia ajudar a mitigar parte desses impactos.
Importância da Comunicação Empresarial
Rufino enfatizou a importância da comunicação entre as empresas e seus stakeholders. “O objetivo das empresas é gerar valor para os acionistas e stakeholders. Esse valor é refletido na negociação das ações e na performance das empresas no mercado,” explicou. Ele destacou que o alinhamento de expectativas é crucial para reduzir a volatilidade e melhorar a percepção dos investidores.
Estratégias para o Futuro
Ao final da entrevista, Rufino sugeriu que as empresas brasileiras invistam em educação financeira e aprimorem suas estratégias de comunicação para atrair e reter investidores. “Entender o perfil dos novos investidores e criar um alinhamento de expectativas pode fazer toda a diferença,” afirmou. Ele também apontou a necessidade de transparência nas operações e nos planos de crescimento das empresas para construir confiança e reduzir a volatilidade do mercado.