Recentemente, foi aprovado pela Comissão de Trabalho, Previdência e Assistência da Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe mudanças significativas na aposentadoria especial. A proposta, que ainda precisa passar por outras instâncias legislativas, pretende ajustar as regras após as alterações trazidas pela reforma da Previdência de 2019.
O projeto, apresentado pela deputada Geovania de Sá (PSDB-SC), sugere uma redução na idade mínima para a aposentadoria especial, ajustando para 40, 45 e 48 anos, a depender do nível de exposição a condições prejudiciais à saúde – leve, moderado ou grave. Essa é uma tentativa de tornar o benefício mais acessível para os trabalhadores expostos a riscos ocupacionais.
Por que a Aposentadoria Especial é tão relevante?
Antes das alterações propostas neste novo projeto, a reforma da Previdência havia estabelecido idades mínimas mais elevadas e modificado a fórmula de cálculo da aposentadoria, o que impactou diretamente os trabalhadores que exercem atividades em condições insalubres. Além disso, a reforma eliminou a conversão de tempo de trabalho especial em tempo comum, dificultando a situação de muitos que contavam com essa possibilidade.
Com as novas mudanças propostas, busca-se não apenas facilitar o acesso à aposentadoria especial, mas também garantir que o benefício seja integral, ou seja, 100% da média salarial do beneficiário, contrapondo-se às regras atuais, que reduzem esse percentual.
Quais são os principais pontos do novo projeto?
- Redução da idade mínima para 40, 45 ou 48 anos.
- Possibilidade de receber o benefício integral.
- Regulamentação específica para comprovação da exposição a agentes nocivos.
Entrevista com Especialista
Segundo Adriane Bramante, advogada especialista em previdência, essa é uma das mudanças mais importantes. “O projeto permite outras formas de prova quando documentos específicos não estão disponíveis, o que é fundamental para muitos trabalhadores que enfrentam dificuldades na comprovação de exposição a agentes nocivos”, explica.
No mais, a proposta legislativa também detalha quais profissões são cobertas pelos agentes considerados nocivos e, portanto, passíveis de aplicação da aposentadoria especial, incluindo áreas como mineração subterrânea e trabalhos com exposição a substâncias como o amianto.
Qual o impacto esperado das alterações na aposentadoria especial?
A expectativa é que as alterações facilitem o acesso ao benefício para aqueles que realmente enfrentam condições de trabalho prejudiciais à saúde. A deputada Geovania de Sá ressalta que o objetivo é ser inclusivo e democrático, beneficiando tanto novos trabalhadores quanto aqueles que já estão no mercado há mais tempo.
Apesar das preocupações sobre possíveis custos adicionais ao governo, a opinião predominante é que o projeto será aprovado sem grandes obstáculos, dada a urgência em corrigir desequilíbrios causados pela última reforma previdenciária.
Resta agora acompanhar a tramitação do projeto nas próximas comissões e no plenário, com a expectativa de que a nova regulamentação da aposentadoria especial entre em vigor em breve, proporcionando melhores condições de retirada para os trabalhadores que dedicam suas vidas a atividades de alto risco.