As relações comerciais entre Brasil e Argentina entram em uma nova fase de diálogo e negociações. No próximo encontro entre Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Brasil, e Pablo Lavigne, secretário de Comércio do governo argentino de Javier Milei, espera-se abordar as recentes mudanças e desafios que impactam diretamente o fluxo de comércio entre as duas maiores economias do Mercosul. Este encontro marca a primeira reunião presencial entre as partes desde que Milei assumiu o cargo, revisitando questões cruciais para o fortalecimento do comércio bilateral.
Apesar de o Brasil ter experimentado uma queda de 28% nas exportações para a Argentina no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o período homólogo, a Argentina ainda se mantém como o quarto maior destino das exportações brasileiras. Esse cenário se deve, em parte, ao exigente ajuste econômico conduzido pelo governo argentino, que tem buscado maneiras de revitalizar sua economia diante de projeções pessimistas do FMI para o PIB argentino.
O impacto das políticas de Javier Milei para o comércio Brasil-Argentina

Com a gestão Milei empenhada em reformas econômicas, incluindo a eliminação de barreiras aduaneiras e a simplificação do processo de importações, há uma expectativa positiva por parte do Brasil quanto à normalização do comércio. Tatiana Prazeres expressou otimismo em relação ao fim das restrições administrativas anteriormente impostas pelo governo de Alberto Fernández, mas sinalizou preocupação com as incertezas cambiais que ainda persistem.
Como as mudanças cambiais afetam o comércio bilateral?
O novo esquema cambial argentino, que fraciona a liberação de dólares para pagamentos internacionais, gerou dúvidas entre exportadores brasileiros sobre sua eficácia. Este mecanismo impacta diretamente as transações comerciais, influenciando tanto o volume quanto a fluidez das exportações brasileiras para a Argentina.
Os desafios e perspectivas para o futuro
Apesar de enfrentar um período de ajuste e desafios econômicos, a relação comercial entre Brasil e Argentina possui fundamentos sólidos. Em 2023, houve um aumento de 8,9% nas exportações brasileiras para a Argentina, impulsionadas principalmente por produtos como soja e energia elétrica, essenciais para o país vizinho diante de uma seca histórica. No entanto, com as mudanças políticas e econômicas em curso, ambos os países buscam estratégias para garantir a continuidade e o crescimento do comércio bilateral.
Este encontro em Buenos Aires se apresenta como uma oportunidade vital para alinhar interesses, superar barreiras e fomentar um relacionamento econômico mutuamente benéfico entre as duas nações. Com expectativas de retomada econômica e fortalecimento das relações comerciais, o foco permanece na adaptação às mudanças e na busca por soluções conjuntas para os desafios que se apresentam no horizonte do Mercosul.