Segundo informações divulgadas pela Serasa Experian, em 2023 a demanda por crédito teve a maior queda desde 2008, chegando a 9%. Este declínio foi agravado principalmente pelos elevados níveis de inadimplência e taxas de juros não atraentes.
A redução mais acentuada foi notada entre os brasileiros com renda mensal menor, com uma queda que variou entre 1,4% e 9,9% para aqueles que ganham entre R$ 500 e R$ 2.000. Já na faixa de R$ 2.000 a R$ 5.000, a queda atingiu 7,7%. E para aqueles com renda acima de R$ 5.000, a queda foram a 7,4%.
Queda no crédito afeta todas as regiões, Diz Serasa

O declínio na busca por crédito foi sentido em todas as regiões do Brasil, com o Distrito Federal liderando as perdas, registrando uma retração de quase 18%. Em seguida, vieram os estados de Amapá e Rio de Janeiro, com quedas de 17,5% e 17%, respectivamente.
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os principais impulsionadores desta retração foram as pouco atraentes taxas de juros, cujo impacto foi intensificado por um aumento da taxa Selic, assim como elevados níveis de inadimplência.
Efeitos dos cortes na taxa Selic serão sentidos em 9 meses
Rabi explica que os cortes na taxa Selic operados no segundo semestre de 2023 levarão no mínimo nove meses para afetar a atividade econômica. Este cenário, aliado à escala de endividamento dos consumidores, levou muitos brasileiros a perceberem que as parcelas de uma compra ou financiamento já não cabiam mais em seu orçamento.
Contudo, mais recentemente, opções de refinanciamento têm sido oferecidas aos devedores pelo programa Desenrola Brasil. O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito baseia-se na quantidade de CPFs consultados em sua base de dados nas transações entre consumidores e instituições financeiras ou empresas não financeiras.