
O sócio-gerente do grupo de investimentos Clean Energy Transition, Per Lekander, alertou que um potencial fim da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode acarretar em uma mudança drástica nos preços do petróleo. Em entrevista à CNBC, ele afirmou que o fim da Opep poderia levar o valor da commodity para US$ 35 o barril.
Lekander destacou que o declínio do crescimento da demanda por petróleo e a falta de cooperação podem facilitar o fim do cartel. “Quanto mais crescimento negativo [existe] e menos cooperação você tem (…) então, eu diria, se minha previsão estiver correta, e eu tenho certeza que é… vai quebrar”, afirmou.
O especialista em análise macro, Fabio Fares, participou da programação na BM&C News e comentou suas perspectivas para o cenário internacional. Entre as análises avaliadas por Farias, ele rebateu perspectivas que apontam para a possibilidade do preço do petróleo chegar a US$ 35. Para ele, esse cenário seria quase que impossível.
“Petróleo a US$ 35 eu acho impossível. A gente já viu casos em que a commodity chegou a US$ 70, ou abaixo um pouquinho desse preço, e nesse patamar um monte de gente começou a comprar para estocar, fazendo com que o preço subisse novamente, então isso eu acho difícil”, explicou o especialista.
Além disso, ele também deu sua opinião a respeito das políticas da Opep+ para segurar o preço do petróleo em determinados patamares. Farias configurou o grupo como um clube que decide onde vai ficar o preço do petróleo, mas que alguns países, por serem 100% dependentes da venda da matéria-prima e por isso se voltam contra os outros integrantes do grupo.
“A Opep+ é igual todo relacionamento, a coisa começa a ficar ruim quando falta dinheiro. O dinheiro começa a acabar e os problemas começam a aparecer e esse é o grande ponto”, diz Fares.
“A Opep+ surfou uma onda em que pegou o petróleo negativo, conseguiram levar para os US$ 120 e quando começaram a encher os bolsos para poder suprir as necessidades de caixa que tem, o mundo parou de novo e a gente tá vendo agora uma demanda irrisória por petróleo por vários motivos, não só por falta de crescimento na China, como também por um crescimento de energia limpa no mundo, o que diminui a demanda por petróleo” e tudo isso leva a problemas de “, explica o especialista que conclui avaliando que essas questões levam não só há problemas de dinheiro dentro da Opep+, como também há problemas de relacionamento.
Para VanDyck Silveira, economista e CEO da Humaitá Digital, um momento de aperto, com preço do petróleo não se sustentando em alta, pode levar a um rompimento nas promessas.
“A Opep é muito boa para anunciar certas medidas, como anúncios de corte ou aumento de produção. Mas quando a coisa aperta, todo tipo de conluio, como uma Opep, existem incentivos extremamente fortes para as pessoas romperem suas promessas no cartel. Isso acaba acontecendo“, disse o CEO da Humaitá Digital.
“Portanto, uma vez que você tem queda de petróleo e nações, empresas precisam de mais receita, elas vão passar a vender mais. Não vejo a possibilidade de uma explosão nos preços do petróleo”, concluiu Silveira.
















