A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, voltou a comentar no Congresso norte-americano sobre a possibilidade do país aplicar um calote na dívida pública. Na segunda-feira (1), ela disse que a maior economia do mundo pode deixar de pagar as dívidas até 1º de junho.
A mensagem de Yellen foi feita em uma carta enviada ao presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy. Segundo a secretária do Tesouro, o governo não conseguirá cumprir seus compromissos “se o Congresso não aumentar ou suspender o limite da dívida antes dessa data”.
O temor de um potencial “default” na dívida dos EUA vem desde o início do ano. Yellen e diversos agentes do mercado vem alertando quanto a isso, principalmente após o Tesouro ter tomado “medidas extraordinárias” para evitar inadimplência.
Para o CIO da NCH Capital, James Gulbrandsen, as chances de um calote norte-americano são pequenas, mas existem: “Existe, sim, uma possibilidade de que a Câmara e o Biden não entrarão em acordo na última hora”.
Gulbrandsen explicou, em entrevista para a BM&C News, que o partido Republicano está dividido e existe um setor que considera que os EUA deveriam dar o calote.
Apesar disso, o gestor acredita que o potencial “default” não ocorrerá. “Eu diria que não (…) Quase todos os anos, tem algum tipo de drama entre o presidente, o poder Executivo e o poder Legislativo”, afirmou.
Em um potencial calote, Gulbrandsen explicou que o governo norte-americano poderia ficar paralisado, assim como ocorreu em 2011, no então mandato de Barack Obama, e as agências de classificação de risco poderiam rebaixar a nota do país. Isso levaria a uma forte turbulência nos mercados.
“Se houver um ‘shutdown’, ou seja, o governo americano parar de funcionar (…) seria caótico”, disse.