
As ações do setor de frigoríficos subiam nesta quinta-feira, 16, após notícias de que a alta nas infecções de peste suína africana na China deve reduzir a produção de suínos do gigante asiático neste ano.
Em suma, a China é o maior produtor e consumidor de suínos do mundo. A peste suína africana é uma doença infecciosa com alta taxa de mortalidade e, quando o giganta asiático sofreu com a disseminação em outros momentos, o resultado foi um forte recuo tanto no rebanho e quanto na produção suína, elevando o preço da carne no mercado.
O primeiro registro foi descoberto em 2018 e, desde lá, o país busca melhorar as condições sanitárias das granjas para diminuir os impactos da doença, que costuma ser mais frequente no inverno. O país só conseguiu retomar os patamares pré-doença no ano de 2022. Desta vez, o número de detecções subiu após o feriado de ano novo, com novas infecções aumentando ainda em março.
Para Leonardo Alencar, head de Agro, Alimentos e Bebidas da XP, a notícia da China é sem dúvida nenhuma positiva. No entanto, ponderou que a China é sempre um pouco errática.
“Ïsso tem sido um problema crônico para a China, só que vale a pena lembrar que o auge do problema que foi lá em 2018, era um sistema de produção muito mais informal. Portanto muito mais suscetível a esse tipo de problema. Desde então, tem ficado muito mais profissional, ou seja, muito menos suscetível a esse tipo de problema”, explicou o especialista.
No entanto, Alencar destacou que ainda há esse tipo de problema, tem aumentado o número de casos, o que significa que muitos produtores podem ter o animal contaminado.
Nesse sentido, cria-se um temor inclusive dessa propagação e muitos outros produtores acabam se antecipando aos animais para não correr o risco de ter o foco de se saírem numa num raio perto de um foco e serem obrigados a sacrificar, explicou o especialista.
“Então, quando começa a propagar tem possibilidade de se tornar um problema maior, mas não deve ser nem de longe como foi em 2018, mas ainda sim, efeito positivo para o setor”, destacou.
De acordo com Alencar, essa movimentação limita a capacidade de recuperação da produção da China, que est tentando recuperar desde 2018 e cria-se uma demanda maior de importação para atender aquela queda na produção.
“O Brasil é um dos poucos países que está conseguindo aumentar a produção de proteína”, finalizou Alencar.