
O Bureau of Labor Statistics divulgou nesta sexta-feira (3) o relatório de empregos, o payroll, e mostrou a criação de 517 mil empregos não agrícolas em janeiro, superando muito as estimativas do mercado, que rondavam em 185 mil.
Além disso, a taxa de desemprego caiu para 3,4%, abaixo das projeções do mercado, que esperavam alta para 3,6%.
Segundo o comunicado, ganhos notáveis de trabalho ocorreram em lazer e hospitalidade, profissionalismo e serviços empresariais e cuidados de saúde. O emprego também aumentou no governo, parcialmente refletindo o retorno dos trabalhadores de uma greve, destacou.
Em janeiro, os ganhos médios por hora de todos os funcionários em folhas de pagamento privadas não agrícolas aumentaram 10 cents de dólar, ou 0,3%, para US$ 33,03. Nos últimos 12 meses, os ganhos médios por hora aumentaram 4,4%.
No primeiro mês de 2023, os rendimentos médios por hora da produção do setor privado e funcionários não supervisores aumentaram 7 cents de dólar, ou 0,2%, para US$ 28,26.
Visão do mercado
O dado de emprego de hoje, junto com as declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou o discurso mais hawkish, principalmente com o mercado de trabalho muito forte, conforme analisou o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves.
“Parece que o mercado está, realmente, tomador de risco, essa tem sido a tônica de janeiro (…) Agora, esse dado de payroll traz de volta a realidade. O mercado de trabalho ainda está muito forte, teve ainda ganho salarial”, afirmou o estrategista-chefe.
Castro Alves ainda comentou que é arriscado em apostar em um pouso suave dos juros pelo Federal Reserve. “O mercado lê uma coisa, que eu não li. Não entendi todo esse otimismo em relação ao comentário do Jerome Powell. E cada vez mais está colocando na conta que teremos um soft landing. Essa é a justificativa para ativos de risco estarem performando bem. Mas é um cenário bem incerto”, disse.