O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (15) que o “mundo precisa de reformas”, ao comparar a produtividade em países desenvolvidos nunca ter sido tão baixa na história.
“Tivemos falta de reformas. Se olharmos um gráfico de reformas no mundo desenvolvido versus produtividade, é a primeira vez na história que a produtividade é tão baixa e a gente tem tão poucas reformas”, disse Campos Neto, em participação no Lide Brazil Conference, realizado em Nova York.
“A oferta tem mais dificuldade de se adaptar. Toda vez que tivermos um choque de demanda, a inflação vai ser mais volátil. Temos pouca capacidade de adaptar a oferta, ou seja, de produzir de forma acelerada”, comentou o presidente do Banco Central, completando sobre o Brasil ser uma exceção nesse sentido.
Em seu discurso, Campos Neto também destacou o papel do BC brasileiro em relação à antecipação do aumento na taxa Selic.
“O Banco Central também identificou, relativamente rápido, o caráter mais persistente da inflação e foi o primeiro a subir os juros”, disse Campos Neto, que fez um alerta: “Parte do que foi feito em juros vai fazer efeito em 2023. A economia global vai desacelerar em 2023, puxado pelos Estados Unidos”.
A autoridade monetária concluiu sua fala inicial no evento com comentário sobre a questão social nos investimentos.
“Precisamos de um conjunto de políticas que olhe o social, mas que nos dê credibilidade para atrair investimentos externos e estimular o empreendedor brasileiro a apostar no crescimento do seu negócio”, finalizou Campos Neto.