
Atualizado às 12h40
O Ibovespa opera em queda de 4,2%, aos 103.227,02 pontos nesta sexta-feira (22). O mercado financeiro continua em maus lençóis com o drible do governo e do Congresso no teto de gastos para ampliar as despesas em ano de eleições.
O minério de ferro fechou hoje em alta de 2,22% (US$ 119,52 a tonelada) em Qingdao, o que se reflete na procura por papéis da Vale (VALE3), que sobem 1,26% (R$ 76,11) e também das siderúrgicas: Gerdau (GGBR4) +0,56% (R$ 26,71); Metalúrgica Gerdau (GOAU4) +10,8% (R$ 12,15); CSN (CSNA3) +1,79% (R$ 25,52); Usiminas (USIM5) +1,98% (R$ 14,44).
A alta do petróleo não se traduz na valorização das ações da Petrobras, apesar da notícia de que o governo estuda uma solução para o preço do óleo diesel que não passa por interferência na estatal e em mudanças na política de preços. Há pouco, Petrobras ON (PETR3) recuava 1,62% (R$ 28) e Petrobras PN (PETR4) -1,60% (R$ 27,01). As papeleiras lideram as altas do índice, com Suzano (SUZB3) registrando valorização de 5,02% (R$ 51,67) e Klabin (KLBN11) +3,38% (R$ 23,26). Na ponta oposta, tem a maior queda: -5,29% (R$ 22,73).
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou a quinta-feira (21) em queda de 2,75%, cotado a 107.7351,01 pontos.
O dólar fechou em alta de 1,92%, cotado a R$ 5,667. A moeda norte-americana aprresentou variação de R$ 5,690 na máxima e R$ 5,623 na mínima.
Cenário interno:
O assunto ainda é sobre o teto de gastos do governo. A ideia é abrir uma margem para gastar entre R$ 83 bilhões e R$ 95 bilhões a mais no ano que vem, além de R$ 15 bilhões neste ano. O Auxílio Brasil, novo programa social no lugar do bolsa família, usará o dinheiro. O programa será de R$ 400.
Além do drible do governo para ampliar os gastos de 2022, teve a debandada do Ministério da Economia que pode elevar o grau da deterioração. Ontem, os secretários pediram exoneração de seus cargos, reduzindo ainda mais a percepção de que o governo terá alguma responsabilidade fiscal daqui para frente.
Cenário externo:
A notícia de que a Evergrande evitou o calote formal ao transferir recursos para pagar juros sobre bônus levantou o humor dos mercados. Na Europa, as bolsas operam em alta, apoiadas também por indicadores melhores que o esperado na região (nota das 7h02), o que sustenta alta do euro e da libra. Hoje, novas falas de membros do Fed e inflação ao produtor nos EUA são monitoradas, além da temporada de balanços.
Hoje, Frankfurt subia -0,75%; Londres +0,60%; Paris +1,05%; Madri 0,00%.
O índice Stoxx 600 sobe 0,73%, aos 473.14 pontos.
As bolsas asiáticas fecharam sem indicar um único sinal nesta 6ªF com algumas delas sustentadas por relatos de que a Evergrande irá honrar o pagamento de dívida que vence neste final de semana.
Em Hong Kong, o Hang Seng avançou +0,42% fechando a 26.126,93 pontos. A ação local da incorporadora chinesa saltou +4,26% após a informação de que a empresa transferiu recursos para pagar juros sobre bônus amanhã, evitando, assim, a formalização de um calote. Os investidores têm demonstrando muita apreensão com a possibilidade de que a crise da Evergrande desencadeie riscos sistêmicos na economia da China e, por consequência, mundial.
Nas demais bolsas da Ásia, apenas em Tóquio o Nikkei obteve sinal positivo fechando +0,34%$ a 28.804,85 pontos. O sul-coreano Kospi teve baixa de -0,04% em Seul, a 3.006,16 pontos e o Taiex ficou estável em Taiwan, em 16.888,74 pontos. Na China, o Xangai perdeu -0,34% e encerrou o pregão com 3.582,60 pontos.
Nos Estados Unidos, as bolsas de NY devem abrir com sinais mistos, indicam os futuros. O de Dow Jones e do S&P estavam há pouco estáveis em +0,05% e -0,06%, respectivamente, enquanto o de Nasdaq recua 0,29%. Os yileds dos Treasuries caem e a T-Note de 10 anos estava, há pouco, a 1,67%, depois de chegar a 1,70% pela primeira vez desde maio. O investidor acompanha fala de Powell ainda pela manhã e os balanços. Entre os indicadores, às 10h45 sai a prévia da inflação ao produtor em outubro.
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Dólar:
O mercado de câmbio voltou a abrir sob pressão nesta sexta-feira, com o dólar futuro superando 5,70 reais pela primeira vez desde abril, conforme investidores seguiam impondo nos preços riscos maiores de abandono da responsabilidade fiscal com o furo do teto de gastos.
O dólar futuro bateu 5,7135 reais na máxima. Às 9h26, subia 0,71%, a 5,7065 reais. No mercado à vista, a moeda ganhava 0,54%, a 5,6990 reais, após pico de 5,7080 reais (+0,47%).
A exemplo da véspera, o Banco Central não anunciou ofertas líquidas de dólar para esta sessão.
Os juros futuros mantinham-se sob intensa onda de compra, com as taxas disparando mais 51 pontos-base em alguns vencimentos, aumentando a pressão para o Bacen acelerar o ritmo de aumentos da taxa Selic.
Na noite de quinta, assim que os mercados fecharam, o Ministério da Economia comunicou que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao chefe da pasta, Paulo Guedes, marcando nova rodada de baixas na equipe econômica em meio à sinalização do governo de que irá contornar a regra do teto de gastos para colocar de pé um novo Bolsa Família mais robusto.
“Há muita incerteza no curto prazo que pode empurrar o dólar para cima ante o real. Por outro lado, os players acham que o real está gravemente desvalorizado, o BCB provavelmente aumentará seu ritmo de alta dos juros e intervenções (cambiais) ainda são possíveis. Portanto, a estabilidade nesses níveis não parece ser o cenário-base”, disse o Citi em nota.
Com Reuters e BDM