
A Corsan planeja lançar sua oferta inicial pública de ações (IPO) no início do ano que vem, segundo anunciou Roberto Barbuti, presidente da empresa. O governo estadual já havia enviado na última segunda-feira (12) à Assembleia Legislativa do Estado o projeto de lei que autoriza a privatização da estatal. A meta é que a oferta primária gere cerca de R$ 1 bilhão para a companhia.
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“Pode ser um valor maior, mas dificilmente será menos que isso. Ainda não há previsão de qual será a arrecadação para o governo com a [oferta] secundária. Mas trata-se de um projeto com natureza menos arrecadatória. O principal motivador da privatização é trazer o serviço de saneamento no Estado a outro patamar, e não equacionar as contas do Estado”, afirmou o executivo.
Ainda não foram definidas sobre a participação do Estado ao fim do IPO. No entanto, o que se espera é que possa haver perda de controle da Corsan, que deixará de ser estatal. Ainda, de acordo com Roberto Barbuti, o governador Eduardo Leite (PSDB) já falou da perspectiva de seguir com uma fatia 30%, porém a porcentagem ainda não foi definida.
Além disso, antes de realizar o fechamento da oferta, a Corsan ainda terá que concluir a negociação de seus contratos com os 317 municípios atendidos. O objetivo é estender o prazo para até 2062, de modo a ampliar o valor da empresa. Atualmente, a duração média ponderada do portfólio do grupo é de 26 anos.
A nova lei do saneamento barrou a renovação dos contratos firmados entre estatais e prefeituras que não tenham licitação. No entanto, existe uma exceção no caso de privatização, e, portanto, a Corsan está liberada para renovar todos os acordos.
A repactuação tem previsão para ser realizada em até três meses, para que a formatação da oferta consiga ser concluída até novembro. Como um incentivo à adesão dos municípios, foi concluído que aquelas prefeituras que fizeram a renovação dentro de 90 dias poderão receber uma fatia acionária na Companhia Riograndense de Saneamento.
Segundo o presidente da empresa, a Corsan vem se preparando desde o ano passado para o IPO. “Desde julho de 2020, quando foi aprovada a nova lei do saneamento, recebemos essa diretriz do governo para preparar a empresa e aumentar a eficiência”, disse.
Atualmente, existem consultorias contratadas para avaliar o plano de investimentos da empresa para os próximos anos. A ideia é reformular a gestão, dando mais eficiência ao grupo, e para dimensionar os passivos judiciais, que ainda não foram lançados nos balanços da companhia.
A expectativa para a oferta é positiva, aponta Roberto Barbuti. Sem dar mais detalhes, Barbuti afirma que a Corsan já foi procurada por investidores com interesse em adquirir posições mais relevantes no capital da empresa.
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