
Ao contrário do que se esperava, a ampliação da repressão da China com relação ao bitcoin facilitou ainda mais a mineração da criptomoeda. Isso porque, com a proibição no país, o algoritmo do bitcoin foi reajustado para garantir que a produtividade da mineração global não despencasse junto com a prevista desvalorização da moeda.
Assim, o ajuste, que começou a rodar neste sábado (3), se tradyz em mais dinheiro sendo recebido por mineradores que ainda estão na ativa.
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“Esta será uma festa [do aumento] da receita para mineradores”, afirmou o engenheiro de mineração de bitcoin Brandon Arvanaghi, em entrevista à CNBC.
Ele explica que, com a mudança, de repente quem minerava fica com uma “fatia maior da torta” e isso reflete em ganhos em bitcoins.
“Todos os mineradores de bitcoin compartilham da mesma economia e estão minerando na mesma rede, então mineradores públicos e privados verão um aumento em suas receitas”, afirmou à CNBC Kevin Zhang, ex-diretor de mineração da Greenridge Generation, a primeira grande usina de energia dos EUA a minerar em grande escala.
Em entrevista exclusiva à BM&C News, Samir Kerbage, sócio e CTO da Hashdak, comentou este tema que tem sido muito debatido entre investidores ultimamente. “Uma atividade extremamente profissional, diversificada, e que funciona basicamente com um alto custo de energia”, disse. Confira o trecho da entrevista:
China x Bitcoins
Há um bom tempo o governo da China demonstra que estaria disposto a fazer muitos ajustes para mitigar – até eliminar – a mineração do criptoativo em seu território.
O que, em última instância, refletiria no movimento global de produção da moeda. Isso porque, com a proibição, não apenas 90% da capacidade de mineração de bitcoin da China seria encerrada, segundo estimativas publicadas à época no relatório do jornal estatal Global Times.
O país asiático também responde por cerca de dois terços de todo o poder de mineração de bitcoin do mundo.
″Pela primeira vez na história do bitcoin temos uma paralisação completa da mineração em uma região geográfica que afetou mais de 50% da rede”, afirmou Darin Feinstein, fundador da Blockcap e Core Scientific, também à CBNC.
Como bem pode ser visto, a repressão à mineração de criptomoedas na China causou um estrago no valor do bitcoin, que despencou 17% logo nos primeiros dias em que ela foi proibida de ser criada no sudoeste do país, no final de junho.
E desde maio, quando o cerco já estada estreito, pode-se observar uma queda de mais de 50% no hashrate (como é chamado o poder de computação coletivo e global de mineradores).
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