Nesta terça-feira (23), o Ibovespa fecha sua sessão em queda de 0,34%, em 125.148,07 pontos.
O índice brasileiro foi na contramão do exterior, com sua queda impulsionada por questões fiscais e as mineradoras e siderúrgicas.
Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, conversou exclusivamente com o portal da BM&C News e analisou o pregão de hoje.
Almeida começa sua análise dizendo que queda do Ibovespa hoje é majoritariamente influenciada, na minha visão, por fatores como a queda nos preços do minério de ferro afetando a Vale e o setor, além claro do Boletim Focus com ajustes com projeções pessimistas e alterando a expectativa da inflação dos próximos anos, o que deixou o mercado desanimado.
Após esse início, o sócio da AGV Capital destacou as altas do dia. “Temos FLRY3, incentivadas pela aquisição estratégica do laboratório São Lucas em Santa Catarina. Esta aquisição, avaliada num múltiplo EV/EBITDA de 5,4x, não apenas marca a entrada do Fleury nesse estado, mas também simboliza uma retomada significativa de seu crescimento inorgânico, sendo o primeiro M&A desde outubro de 2022. A empresa tem reforçado seu foco nas aquisições após alcançar uma alavancagem de 1,2x EBITDA, considerada saudável frente a outras empresas do setor de saúde. Essa estratégia, juntamente com a solidez financeira da Fleury, sugere um potencial contínuo de valorização, atraindo olhares positivos dos investidores”.
Entre as baixas Lucas Almeida também teve os seus destaques. “Temos USIM5 (Usiminas). A ação da Usiminas caiu acentuadamente devido a uma significativa redução de 93% no lucro líquido reportado para o 1T24 comparado ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a empresa enfrenta desafios com o aumento de importações de aço, e na teleconferência o CFO espera que o volume na mineração em 2024 será menor que 2023 e isso vem contribuindo para a pressão negativa sobre as ações no pregão de hoje”.
O especialista completou, “outras quedas são de varejistas como LREN3, MGLU3 e BHIA3. As ações são impactadas pelo aumento das expectativas de inflação para 2024 e 2025, conforme o Boletim Focus, e questionamentos sobre o ritmo de corte dos juros no Brasil”.
Nos Estados Unidos, os principais índices fecharam em alta após o resultado do PMI. O indicador vindo abaixo do esperado. Assim, os investidores veem a desaceleração da atividade industrial como apoio ao corte das taxas de juro pelo Fed este ano.