O consumo das famílias brasileiras manteve-se estável em novembro de 2025, sustentando um cenário moderado de recuperação para o setor varejista, segundo estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) em parceria com a FIA Business School.
De acordo com o levantamento, o varejo restrito — que engloba segmentos como supermercados, combustíveis, vestuário, móveis e eletrodomésticos, produtos farmacêuticos, informática e itens de uso pessoal — apresentou leve variação negativa de 0,01% em relação a outubro. Na comparação com o mesmo mês de 2024, houve alta de 0,58%, acumulando crescimento de 1,8% nos últimos 12 meses.
O resultado reflete uma estabilidade no consumo, após meses de desaceleração. Segundo o estudo, o desempenho tem sido sustentado principalmente pelos gastos com bens essenciais, enquanto setores ligados a bens duráveis seguem com ritmo mais lento.
No caso do varejo ampliado, que inclui também os segmentos de veículos, motos e material de construção, o indicador mostrou avanço de 0,42% em novembro, mas ainda registra queda de 2,39% em relação ao mesmo mês do ano anterior e retração de 0,08% no acumulado de 12 meses. O desempenho mais fraco continua sendo influenciado pela lentidão na recuperação dos setores automotivo e de construção.
Entre os principais grupos analisados, móveis e eletrodomésticos tiveram alta de 0,35% no mês, enquanto supermercados e alimentos permaneceram praticamente estáveis, com variação próxima de 1%. O segmento de vestuário e calçados registrou crescimento de 0,9%, ainda abaixo do ritmo observado antes da pandemia. Já os artigos farmacêuticos e de perfumaria avançaram 1,47%, indicando tendência de recuperação mais consistente. Por outro lado, o setor de materiais de construção recuou 1,02%, mantendo-se volátil.
Para Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School, os dados reforçam que o varejo brasileiro segue em um ritmo de “resiliência moderada” frente às condições macroeconômicas atuais.
“O comportamento estável do consumo essencial e a possibilidade de manutenção de políticas monetárias menos restritivas sustentam uma perspectiva de leve recuperação para o início de 2026, especialmente nos segmentos voltados a produtos de reposição e consumo cotidiano”, afirmou.
O estudo conclui que, embora o varejo ainda enfrente desafios, a tendência para o início de 2026 é de retomada gradual, impulsionada por um ambiente de maior confiança do consumidor e expectativa de queda de juros.
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