A WEG (WEGE3), uma das empresas mais sólidas da bolsa brasileira, reportou lucro líquido de R$ 1,69 bilhão no segundo trimestre de 2025 (2T25), avanço de 11,94% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado veio em linha com a performance consistente da companhia nos últimos trimestres e reforça a resiliência da operação mesmo em um ambiente global mais desafiador.
A margem líquida foi de 16,5%, refletindo o bom controle de custos, a eficiência operacional e a capacidade da WEG de manter rentabilidade elevada em meio às pressões do mercado internacional.
Receita da WEG cresce acima de 10%, com equilíbrio entre mercados
A receita líquida atingiu R$ 10,21 bilhões, crescimento de 10,06% na comparação com o segundo trimestre de 2024. A expansão ocorreu de forma equilibrada entre o mercado interno e o externo, com destaque para a diversificação de portfólio, que continua sendo uma vantagem competitiva da companhia, segundo análise da MSX Invest.
A empresa tem ampliado sua atuação em segmentos como geração de energia, automação e mobilidade elétrica, o que tem contribuído para diluir riscos setoriais e aumentar a recorrência de receita.
Em meio ao cenário macroeconômico global, Marco Saravalle, estrategista da SaraInvest, destaca que uma eventual pressão inflacionária nos Estados Unidos, decorrente de medidas comerciais mais protecionistas, tende a beneficiar a WEG. “Essa dinâmica pode estimular a produção local no país, e a WEG, com presença industrial consolidada nos EUA, pode capturar essa demanda de forma vantajosa”, explicou o analista.
WEG tem EBITDA sólido mesmo com pressão em margens industriais
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) somou R$ 2,26 bilhões, alta de 6,54% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem EBITDA ficou em 22,08% nos últimos 12 meses, com leve retração frente ao 2T24, em meio a pressões de custo em linhas industriais globais. Ainda assim, o nível de margem segue elevado para os padrões do setor industrial brasileiro.
A geração de caixa operacional foi de R$ 1,97 bilhão no trimestre, impulsionada pelo crescimento da receita e pela manutenção de margens operacionais saudáveis, mesmo com aumento da necessidade de capital de giro.
Estrutura de capital reforça solidez da WEG
O patrimônio líquido da WEG cresceu 15,74%, saltando de R$ 20 bilhões para R$ 23,15 bilhões. Esse avanço fortalece a estrutura de capital e amplia a capacidade da empresa de reinvestimento com recursos próprios, sem depender de alavancagem.
O ROE (Retorno sobre Patrimônio) recuou levemente para 29,20%, ainda em patamar elevado tanto no histórico da companhia quanto em relação à média do setor industrial. Já o ROA (Retorno sobre Ativos) subiu para 16,97%, indicando maior eficiência na alocação de ativos.
O índice de dívida líquida/EBITDA segue negativo em -1,37x, sinalizando forte posição de caixa líquido. Isso confere à WEG alta flexibilidade para financiamentos, distribuição de dividendos ou potenciais aquisições estratégicas.
A liquidez corrente, indicador de capacidade de cobertura de obrigações de curto prazo, foi de 1,77, mostrando leve melhora frente ao trimestre anterior.
WEG aprova proventos e investimentos no trimestre
A companhia aprovou a distribuição de dividendos intermediários no valor de R$ 719,35 milhões, equivalente a R$ 0,171 por ação. Terão direito ao provento os acionistas com posição até 25 de julho de 2025. As ações passam a ser negociadas ex-dividendos a partir de 28 de julho.
Os investimentos no segundo trimestre de 2025 somaram R$ 583,4 milhões, focados em modernização, expansão da capacidade produtiva e aquisição de novas tecnologias. Do total, 63,4% foram aplicados em unidades no Brasil e 36,6% em instalações no exterior.
MSX Invest: WEG segue como referência de excelência e governança
Segundo análise da MSX Invest, a WEG entrega um desempenho consistente mesmo em cenário global incerto. “A combinação de crescimento de receita, rentabilidade elevada, caixa líquido e execução disciplinada mantém a empresa como uma das preferidas para investidores de longo prazo”, avalia o relatório da gestora.
A companhia continua sendo considerada referência em solidez, gestão eficiente e inovação, com posição de destaque no setor industrial brasileiro e no portfólio de muitos fundos institucionais.