A semana de 1º a 5 de setembro será marcada por uma agenda densa de indicadores econômicos e eventos políticos, com impacto direto nos mercados doméstico e internacional. No Brasil, o destaque será a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, prevista para terça-feira, além do Boletim Focus, da produção industrial, do IPC da Fipe e da inflação ao produtor. O setor público já apresentou déficit primário de R$ 66,6 bilhões em julho, e a Aneel confirmou a manutenção da bandeira tarifária vermelha nível 2 em setembro, o que pressiona os custos de energia. A agenda também inclui o leilão extraordinário de NTN-Bs, marcado para quarta-feira, contemplando vencimentos longos, até 2055.
Segundo Francisco Alves, operador de mercado e apresentador do Pre Market na BM&C News, “o Boletim Focus é o principal destaque desta semana, trazendo as expectativas para inflação, PIB, câmbio e Selic. O PIB, por sua vez, revelará o desempenho da economia brasileira no segundo trimestre e servirá como termômetro para as projeções do mercado”.
No campo político, dois pontos atraem atenção: o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e as negociações em torno da reforma tributária, que inclui isenção para quem ganha até R$ 5 mil. Soma-se a isso o impacto da apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, divulgado no fim de agosto. A B3 também passa a operar com a nova carteira teórica do Ibovespa, válida até dezembro, que traz mudanças na composição do índice e influencia ajustes técnicos entre gestores.
Nos Estados Unidos, os mercados começam a semana fechados devido ao feriado do Labor Day, na segunda-feira. Ao longo dos próximos dias, o foco recairá sobre o mercado de trabalho, com a divulgação do relatório JOLTS na quarta-feira, do ADP na quinta e do payroll na sexta-feira, acompanhado pela taxa de desemprego e salários médios. O Livro Bege do Fed, previsto para quarta-feira, também ajudará a calibrar as apostas sobre os próximos passos da política monetária. “O payroll será determinante para reforçar ou revisar as expectativas de corte de juros em setembro”, observa Francisco Alves.
Na Europa, a semana traz dados de inflação da Zona do Euro, da Suíça e da Turquia, além de indicadores do Reino Unido, como o PMI da construção e as vendas no varejo. Na sexta-feira, saem os PIBs do Reino Unido e da Alemanha. Na Ásia, além dos PMIs divulgados pela China e pelo Japão, os investidores aguardam os números de produção industrial, vendas no varejo e investimentos em ativos fixos da economia chinesa, além do PIB da Coreia do Sul.
Os mercados chegam ao início de setembro após um agosto positivo para o Brasil, com o Ibovespa acumulando alta de 6,28% no mês e 17,57% no ano. O dólar encerrou agosto em queda de 3,19% e já recua mais de 12% em 2025. Em Nova York, os índices também fecharam o mês no azul, com ganhos de 4,48% para o Dow Jones, 3,56% para o S&P 500 e 3,90% para o Nasdaq. Nas commodities, o petróleo caiu em agosto, enquanto o ouro fechou em alta acumulada de 33% no ano.
Em um cenário que combina dados econômicos relevantes, incertezas fiscais e tensões políticas, os próximos dias devem trazer forte volatilidade. “É uma semana carregada de informações que podem redesenhar as expectativas para os mercados no Brasil e no exterior”, conclui Francisco Alves.
Veja mais notícias aqui. Acesse o canal de vídeos da BM&C News.