Os preços do petróleo fecharam em alta firme nesta segunda-feira, refletindo o aumento das tensões geopolíticas e o ceticismo do mercado em relação a um acordo de paz no curto prazo entre Rússia e Ucrânia. Após uma forte queda na sessão anterior, os contratos futuros reagiram diante do agravamento do cenário político e de novos riscos à oferta global.
O Brent para fevereiro avançou 2,14%, a US$ 61,94 por barril, na ICE, enquanto o WTI para o mesmo vencimento subiu 2,36%, a US$ 58,08 por barril, na Nymex.
O movimento ocorre em meio a um revés nas expectativas de avanço nas negociações diplomáticas, após a Rússia acusar a Ucrânia de tentar atacar a residência do presidente Vladimir Putin com drones. O episódio elevou o ruído político justamente em um momento em que investidores monitoravam sinais de possível distensão.
Segundo a Bloomberg, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar “muito irritado” com o suposto ataque, informação que teria recebido do próprio Putin durante uma ligação telefônica realizada mais cedo. “Uma coisa é ser ofensivo, porque eles são ofensivos. Outra coisa é atacar a casa dele. Não é o momento certo para fazer nada disso”, disse Trump, segundo a agência.
Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky negou as acusações russas e classificou o episódio como uma “nova mentira”. Ele alertou que Moscou poderia estar utilizando o caso como pretexto para preparar ataques a prédios do governo em Kiev, ampliando ainda mais o risco de escalada militar.
A troca de acusações ocorre um dia após um encontro entre Zelensky e Trump, na Flórida, no qual ambos demonstraram otimismo cauteloso em relação às perspectivas de um acordo de paz. O episódio, no entanto, reforça a avaliação de que o conflito segue como um fator estrutural de instabilidade, com impacto direto sobre os mercados de energia.
Além do front diplomático, o mercado também reagiu a notícias relacionadas à oferta. A produção de petróleo do Cazaquistão caiu cerca de 6% em dezembro, após drones ucranianos danificarem um terminal russo de exportação no Mar Negro, segundo fontes do setor. O episódio adiciona mais um elemento de risco à logística de exportação na região.
Investidores monitoram ainda os atritos entre Estados Unidos e Venezuela, além das tensões persistentes no Oriente Médio, que seguem contribuindo para um prêmio de risco nos preços do petróleo.
Mesmo com oscilações recentes, analistas avaliam que o conflito entre Rússia e Ucrânia continua sendo um vetor relevante para o mercado de energia, não apenas pelo impacto direto na oferta, mas também pelo efeito indireto sobre inflação, política monetária e percepção global de risco.
Veja mais notícias aqui.
Acesse o canal de vídeos da BM&C News.












