O cenário corporativo brasileiro passou por uma transformação relevante em 2025, com a decisão do Méliuz de adotar o bitcoin como parte central de sua estratégia de tesouraria. A empresa, conhecida pelo serviço de cashback, realizou uma compra significativa de criptomoedas, marcando presença no mercado financeiro digital e chamando atenção para novas formas de gestão de caixa entre companhias listadas na B3.
O movimento do Méliuz envolveu a aquisição de 275,43 bitcoins, totalizando um investimento de US$ 28,6 milhões, o que corresponde a cerca de R$ 158,3 milhões na cotação atual. O preço médio pago por cada unidade ficou em US$ 103.864,38. Com essa operação, o saldo total da empresa em bitcoin atingiu 595,67 unidades, consolidando sua posição como a maior detentora corporativa de bitcoin da América Latina.
Por que o Méliuz decidiu investir em bitcoin?
A decisão de incorporar o bitcoin ao portfólio de ativos foi anunciada em março de 2025, após uma revisão estratégica do setor de tesouraria. O objetivo principal era diversificar os ativos e buscar alternativas diante das oscilações do mercado tradicional. O Méliuz passou a se autodenominar a primeira companhia de tesouro de bitcoin do Brasil, destacando-se entre as empresas que buscam inovação na gestão financeira.
Além disso, a companhia se inspirou em exemplos internacionais, como a Strategy, antiga MicroStrategy, que desde 2020 utiliza o caixa para adquirir grandes volumes de bitcoin. Essa referência internacional serviu como base para a estratégia adotada, mostrando que a exposição ao ativo digital pode ser uma alternativa para ampliar o valor de mercado e oferecer novas oportunidades aos investidores.
Quais os impactos da estratégia de tesouraria em bitcoin?
O impacto da estratégia adotada pelo Méliuz foi percebido tanto no valor de mercado da empresa quanto no desempenho de suas ações. Desde o início das compras de bitcoin, os papéis CASH3 registraram uma valorização de 111,8%, fechando a última sexta-feira negociados a R$ 6,99. Esse resultado demonstra como a exposição ao bitcoin pode influenciar a percepção dos investidores e trazer maior visibilidade para a companhia.
O valor atual dos 595,67 bitcoins detidos pelo Méliuz chega a US$ 60,34 milhões, o equivalente a R$ 333,98 milhões. No entanto, considerando o preço médio de aquisição, houve uma variação negativa de US$ 836.821, ou R$ 4,63 milhões, evidenciando a volatilidade característica do mercado de criptomoedas. Ainda assim, a empresa mantém a estratégia de longo prazo, apostando no potencial de valorização do ativo digital.
Como funciona a estratégia de tesouro de bitcoin?

A estratégia de tesouro de bitcoin consiste em utilizar parte do caixa da empresa para adquirir e manter bitcoins como reserva de valor. Esse modelo, já consolidado em mercados internacionais, oferece algumas vantagens, como a possibilidade de proteção contra inflação e diversificação de ativos. O Méliuz, ao adotar essa abordagem, busca posicionar-se de forma inovadora no mercado financeiro brasileiro.
- Reserva de valor: O bitcoin é visto por muitos como uma alternativa ao ouro e outros ativos tradicionais.
- Exposição ao mercado digital: A empresa amplia sua presença no universo das criptomoedas, acompanhando tendências globais.
- Potencial de valorização: A volatilidade do bitcoin pode gerar ganhos expressivos em períodos de alta.
- Diversificação de riscos: Ao não depender exclusivamente de ativos convencionais, a companhia busca maior equilíbrio financeiro.
O exemplo do Méliuz pode influenciar outras empresas brasileiras a considerar o bitcoin como parte de suas estratégias de tesouraria. O movimento reforça a importância de acompanhar as transformações do mercado financeiro e de buscar alternativas inovadoras para a gestão de recursos, especialmente em um cenário econômico global cada vez mais dinâmico.