A semana entre 4 e 8 de agosto será a primeira semana completa do mês e traz uma agenda carregada de eventos com potencial de mexer com os mercados. A atenção está voltada para a ata do Copom, que explicará a decisão unânime do Banco Central de manter a Selic em 15% na última reunião, além de uma série de indicadores de inflação, produção e atividade econômica no Brasil e no exterior.
Segundo Francisco Alves, operador de mercado e apresentador do Pre Market na BM&C News, “é uma semana com muitos dados, eventos e indicadores relevantes. Aqui no Brasil, teremos o Boletim Focus, IPC-Fipe, IGP-DI e a ata do Copom. Também há muita expectativa sobre os efeitos do início da cobrança das tarifas pelos EUA”.
A quarta-feira (06/08) será o dia mais sensível da semana, com a divulgação da ata do Copom, que detalha os argumentos para a manutenção dos juros em 15%. O documento é aguardado pelo mercado como termômetro para entender os próximos passos da política monetária. Além disso, entram no radar o Boletim Focus, que sai na segunda-feira, com projeções de IPCA, PIB e câmbio, os números do IPC-Fipe e IGP-DI na terça-feira e, na sexta, os dados da produção industrial de junho. Outro destaque é a entrada em vigor do pacote tarifário anunciado pelos EUA contra o Brasil, com alíquotas que afetam cerca de 700 produtos. Francisco comenta: “apesar de alguns itens terem sido isentados, o impacto sobre setores como o café e a carne ainda é motivo de muita atenção e debate no mercado”.
Nos Estados Unidos, a semana será marcada por dados que podem reforçar a leitura da economia e calibrar as apostas sobre o Federal Reserve. Serão divulgados o ISM de Serviços na segunda-feira, os pedidos de fábrica na terça, a balança comercial na quarta, os pedidos semanais de auxílio-desemprego e o crédito ao consumidor na quinta, e o relatório de produtividade e custo do trabalho no segundo trimestre na sexta. “Depois dos números fortes de emprego, os dados de inflação e atividade vão indicar se o Fed vai ou não manter o aperto por mais tempo”, explica Francisco.
Na Europa, os dados de PMI de serviços e compostos continuam a mostrar o ritmo da atividade no setor não industrial, enquanto a quinta-feira marca a decisão do Banco da Inglaterra, com expectativa de manutenção da taxa, mas sob discurso mais cauteloso diante da inflação persistente. Já na China, a divulgação na quarta-feira dos índices de preços ao consumidor (CPI) e produtor (PPI), além da balança comercial, serão determinantes para avaliar se há retomada ou desaceleração à frente. “Esses dados balizam as exportações e importações chinesas e influenciam diretamente os emergentes”, destaca Francisco.
O Banco Central do México também decide sua taxa básica na quinta-feira, com o mercado dividido entre estabilidade e novo corte. No Brasil, além dos dados econômicos, as discussões fiscais e o ambiente político continuam no radar, com destaque para as repercussões das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes por autoridades americanas, fato que gerou ruído diplomático.
Com indicadores espalhados pelos principais centros econômicos e novas tensões no front comercial, a primeira semana cheia de agosto promete volatilidade nos mercados. “Temos dados de inflação, produção, comércio exterior, decisões de juros e balanços pesados. É um momento que exige atenção total do investidor”, conclui Francisco Alves.
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