O mercado financeiro encerrou a sessão desta quarta-feira (26) com forte desempenho positivo, tanto no Brasil quanto no exterior. O Ibovespa avançou quase 1%, impulsionado por dados benignos de inflação e melhora do sentimento global de risco. O dólar recuou frente ao real, acompanhando a tendência internacional de desvalorização da moeda norte-americana. No exterior, os principais índices acionários dos Estados Unidos atingiram novas máximas ou ficaram próximos delas, em meio à expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve.
Ibovespa sobe com alívio na inflação
O Ibovespa fechou em alta de 0,99%, aos 137.114 pontos, em sessão marcada pela retomada do apetite ao risco. O índice foi sustentado por ações de peso, como Vale (VALE3) e grandes bancos, beneficiadas por dois fatores domésticos: a leitura do IPCA-15 de junho, que veio abaixo das projeções, e a reversão no Congresso da medida que elevaria o IOF sobre operações de câmbio.
O volume financeiro negociado foi de R$ 21,8 bilhões, dentro da média do mês. O alívio inflacionário reforçou a percepção de que o ciclo de cortes na taxa Selic pode ter espaço adicional, ainda que os juros básicos estejam próximos da estabilidade.
Dólar recua com enfraquecimento global da moeda americana
O dólar comercial caiu cerca de 1% nesta quarta-feira, encerrando o dia cotado a R$ 5,50. A moeda refletiu não apenas o movimento interno de maior otimismo com os fundamentos econômicos, mas principalmente o enfraquecimento global do dólar, que atingiu mínimas de mais de três anos frente a moedas emergentes.
Investidores seguem reagindo às tensões em torno da independência do Federal Reserve, além da expectativa de corte de juros nos Estados Unidos já na reunião de julho.
Bolsas dos EUA renovam recordes com apoio de tecnologia e bancos
Em Nova York, o ambiente foi majoritariamente positivo. O S&P 500 subiu 0,80%, encerrando a 6.141 pontos, apenas 0,05% abaixo do seu recorde histórico. O Nasdaq avançou 0,97% e o Dow Jones teve alta de 0,94%.
Os ganhos foram puxados por ações dos setores de tecnologia e financeiro, com destaque para Amazon, Meta e JPMorgan. A queda do rendimento dos Treasuries de 10 anos, que recuou para cerca de 4,25%, ajudou a impulsionar as ações de crescimento.
O índice de volatilidade VIX caiu para 16,76 pontos, o menor patamar em mais de um mês, sinalizando um mercado mais confiante.
Mercados globais acompanham a alta
Na Europa, o índice Stoxx 600 fechou com leve valorização, refletindo o mesmo clima positivo. Na Ásia, o Nikkei japonês subiu 1,7%, completando cinco sessões consecutivas de ganhos. O mercado indiano também teve desempenho expressivo: o Sensex saltou mais de 1.000 pontos, impulsionado por ações de bancos e empresas de commodities.
Commodities acompanham o bom humor dos mercados
O petróleo operou em alta moderada, com o Brent fechando a US$ 67,73 e o WTI a US$ 65,24 por barril. Já o ouro teve leve valorização diante do enfraquecimento do dólar, mantendo-se como ativo de proteção em meio às incertezas sobre a política monetária nos EUA.
Perspectivas
O mercado já embute probabilidade considerável de que o Federal Reserve inicie o ciclo de afrouxamento monetário na reunião de julho, o que pode trazer implicações relevantes para moedas, ações e fluxos para países emergentes como o Brasil.
Enquanto isso, a conjuntura doméstica se mostra momentaneamente mais favorável, com inflação em queda, câmbio mais comportado e trégua nas tensões fiscais. Se mantido esse cenário, o Ibovespa pode ganhar fôlego adicional nas próximas semanas.
 
			



 














