O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (6) em leve alta de 0,16%, aos 153.543 pontos, após um pregão de oscilação moderada e volume consistente de negócios. O índice chegou a tocar a máxima intradiária de 154 mil pontos, impulsionado pelo otimismo com o fluxo estrangeiro e pela manutenção da Selic em 15% ao ano. A valorização marcou o 12º pregão consecutivo de ganhos, sequência mais longa de altas desde 2016.
O movimento ocorreu mesmo com um cenário internacional misto, no qual as bolsas de Nova York registraram queda após dados mais fortes de emprego reforçarem a postura cautelosa do Federal Reserve. No Brasil, investidores seguiram digerindo a decisão do Banco Central e a leitura de que o ciclo de juros permanecerá restritivo por mais tempo, o que garante previsibilidade, mas também limita estímulos à atividade econômica.
O que sustentou o avanço da bolsa hoje?
Além do efeito positivo da decisão do Copom, que manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano, o mercado reagiu a balanços corporativos e à continuidade da entrada de capital estrangeiro. O dólar comercial fechou em queda leve, a R$ 5,33, enquanto os juros futuros recuaram nos vértices intermediários.
- Selic mantida em 15% — decisão reforça cautela e consolida o cenário de estabilidade monetária no curto prazo.
- Fluxo externo positivo — investidores estrangeiros continuam atraídos pelos prêmios de risco domésticos.
- Resultados corporativos — balanços de grandes companhias sustentaram o sentimento positivo.
- Dólar em leve queda — favoreceu ativos locais e ampliou o apetite por risco.
Há espaço para novas altas ou o mercado já mostra cautela?
Por outro lado, a leve alta no fechamento reflete certa exaustão após a sequência de ganhos recentes. Analistas observam que a região dos 154 mil pontos atua como resistência relevante, e uma consolidação nessa faixa pode indicar realização de lucros no curto prazo. O mercado começa a ponderar que o atual rali pode estar precificado, especialmente se os cortes de juros demorarem mais a ocorrer.
Enquanto isso, o cenário externo segue no radar. Nos Estados Unidos, declarações mais firmes de dirigentes do Fed reduziram o apetite global por risco, e isso tende a gerar volatilidade em emergentes. Ainda assim, o Brasil se destaca pelo diferencial de juros e pela resiliência dos resultados corporativos.
O que esperar das próximas sessões?
Os analistas avaliam que o Ibovespa pode alternar entre movimentos de ajuste e novas tentativas de rompimento da máxima histórica. Para que o avanço se sustente, será essencial manter o fluxo estrangeiro positivo e observar a evolução dos próximos indicadores de inflação e atividade.
Nesse sentido, o patamar atual consolida a percepção de confiança na economia brasileira, mas também exige cautela. Em resumo, o mercado vive um momento de otimismo moderado — sustentado por fundamentos sólidos, mas ciente de que qualquer mudança no ambiente externo pode rapidamente alterar o humor dos investidores.